Quando o árbitro apitar o final do jogo desta sexta-feira (29/1), entre América e Avaí, no Independência, poderá estar escrito, com letras alviverdes, um marco histórico do futebol brasileiro. A equipe mineira depende apenas de si para não só levar o título da Série B do Campeonato Brasileiro de 2020 como alcançar um feito que ninguém jamais conseguiu. Se garantir o troféu, o Coelho se tornará o único clube tricampeão da Segunda Divisão Nacional. Um (tri)campeão dos campeões.
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A Série B não era uma gripezinha, e o negacionismo derrubou o CruzeiroInfelizmente, eu não vi Pelé jogar!Aline Pellegrino na CBF: a notícia do ano para o futebol brasileiroO que o Bayern, campeão mais uma vez, tem a nos ensinar sobre futebolAté agora, o América divide as glórias de bicampeão com Coritiba, Goiás, Palmeiras, Paysandu e Bragantino. Nesta sexta, pode deixar toda essa turma para trás.
A Lisca e seus comandados cabe cumprir a missão e repetir o que fizeram Givanildo Oliveira e companhia, em 1997, e Enderson Moreira e sua trupe, em 2017.
A primeira taça veio num campeonato de formato diferente – eram 25 times distribuídos em cinco grupos. Depois de fases mata-mata, o quadrangular final reuniu América, Ponte Preta, Náutico e Vila Nova-GO.
A dobradinha com a torcida foi essencial durante toda a campanha: foram 12 vitórias em 13 jogos, sendo 10 consecutivas.
Aquele América foi arrasador. A equipe conciliava experiência e juventude, qualidade e vigor físico. Foi uma sintonia perfeita, da defesa ao ataque. Nomes como os dos goleiros Gilberto e Milagres garantiram a segurança defensiva com uma linha formada, entre outros, por Dênis, Gilberto Silva e Wellington Paulo.
Do meio para frente, muito talento: Tupãzinho, Boiadeiro, Rinaldo, Irênio e Celso. No total, foram 14 vitórias, quatro empates e apenas cinco derrotas em 23 partidas.
Em 2017, o Coelho desbancou todo o favoritismo do Internacional e venceu sua primeira edição em pontos corridos, no sistema de turno e returno. Passou praticamente todo o campeonato disputando a liderança com o Colorado – antes mesmo de a competição começar, muitos davam como certo que a taça iria para o Sul.
Foi bem parelho até o ato final. Com uma das maiores folhas salariais do país, o time gaúcho chegou a estar por alguns minutos com o título nas mãos na última rodada.
Até que aos 20min do segundo tempo veio o gol do capitão Rafael Lima, que assegurou o bi americano. Aquela campanha também foi quase irrepreensível: 73 pontos de 20 vitórias, 13 empates e apenas cinco derrotas.
O ataque está a cinco gols de igualar o de 2017 – tem 41 contra 46. A defesa sofreu, até agora, três gols a menos: 22 contra 25.
Ninguém duvida que esse roteiro também reserva muita emoção. Na mesma hora em que o América estiver enfrentando o Avaí, no Independência, a Chapecoense estará jogando contra o Confiança, na Arena Condá. Em tese, um duelo mais fácil, pois o time sergipano nada mais almeja na competição, e o Avaí ainda tem chance de G-4.
Noves fora todas as dificuldades, o que vale ressaltar é: para fazer história mais uma vez, o América depende apenas de si. De Lisca. De Matheus Cavichioli. De Messias (de novo). De Zé Ricardo. De Ademir e Rodolfo.
É deles (e dos demais jogadores) o desafio de valer fazer a última estrofe do hino americano na noite desta sexta-feira: América és o maior/teu futebol é sensacional/Cantamos para o mundo inteiro/tu és a glória do esporte nacional.