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A falta que o Nacho vai fazer ao Atlético

Cuca vai encontrar alguém para ocupar a vaga, mas dificilmente conseguirá substituir tudo o que Nacho tem significado para o time


12/08/2021 20:49 - atualizado 12/08/2021 21:03

Nacho foi expulso na vitória do Atlético por 1 a 0 sobre o River Plate, pela Libertadores
Nacho foi expulso na vitória do Atlético por 1 a 0 sobre o River Plate, pela Libertadores (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press))
A cada partida que o Atlético disputa, desde fevereiro, algumas certezas entram em campo com a equipe. Uma delas veste a camisa 26 alvinegra: Ignacio Martín Fernández . Um jogador franzino, de poucos sorrisos, nenhum malabarismo com a bola. Que não carrega aquela pinta de boleiro, passa longe do estereótipo de jogador de futebol. Mas que tem a magia em seus pés, com uma técnica privilegiada, e visão de jogo tão apurada que o coloca em um patamar muito acima da média do que é visto no futebol brasileiro e sul-americano.

Nacho , para os íntimos e os não tão íntimos, é o cérebro do Galo. O jogador que coloca o time para jogar. 

Há muito tempo o Atlético não tinha um meio-campista desse estilo. O cara que dita o ritmo da equipe de forma até intelectual. Os toques dele na bola não são aleatórios, os passes não saem por acidente. Não é questão de sorte. Tudo parece milimetricamente pensado. Sabe aquela história do ponto futuro? Nacho é especialista nisso, em se antecipar ao tempo, por vezes até ao espaço. 

Enquanto corre em direção ao campo adversário, com uma visão periférica, em questão de segundos, ele observa tudo o que está ao seu redor: da movimentação de seus companheiros ao posicionamento dos defensores.

Nesse quebra-cabeça, acha soluções que deixam seus colegas na cara do gol. Ou em condição de sair de uma marcação mais forte, dar uma assistência, enfim. Ele abre os caminhos do time.  

Há pouco mais de cinco meses na Cidade do Galo, já é possível prever que o argentino vai deixar seu nome marcado no clube. De uma forma bem particular, bem dele - sendo a mola mestra da equipe.

Você pode dizer que  Ronaldinho Gaúcho desempenhou esse papel  há oito anos, naquela campanha vitoriosa da Copa Libertadores. Mas as semelhanças entre eles são bem poucas. 

O Gaúcho era puro carisma, jogava sorrindo, dava espetáculo, um futebol de peito aberto, que encantava qualquer pessoa. Já Nacho é dono de um talento discreto, quase silencioso. Parece até tática para não ser notado pelos adversários. Dificilmente vai jogar para a galera. Dar um chapéu no adversário, tocar de calcanhar.

As câmeras de TV sempre mostram, repara só: o olhar fixo, a concentração total no trabalho que ele tem de fazer. E uma simplicidade que só quem é muito bom de serviço no futebol consegue mostrar.

O armador já não é nenhum jovem, no alto de seus 31 anos. Mas a idade, no caso dele, tem aquele efeito do tempo em vinhos. Apurou o que ele já tinha da qualidade que o levou ao River Plate, em 2016. Na época, foi contratado ao Gimansia por 2 milhões de euros. Dos sete anos de Marcelo Gallardo como comandante dos Millonarios, fez parte de quatro. 

Foram 31 gols em 186 partidas, além de títulos da Libertadores'2018, da Recopa Sul-Americana de 2016 e 2019, três troféus Copa Argentina (2015/2016, 2016/2017 e 2018/2019) e um da Supercopa Argentina.

Para ter ideia da idolatria dos torcedores do River com Nacho,  basta ver as reações que pipocaram pela internet após o jogo  dessa quarta-feira no Monumental de Núñez. Eles não se conformam por ter saído dos pés de seu ídolo o gol que decretou a vitória atleticana por 1 a 0.

Quando chegou ao Atlético, em fevereiro, para defender pela primeira vez um clube de fora da Argentina, Nacho trouxe consigo uma grande expectativa, pois já era um jogador consolidado no cenário sul-americano. E tem retribuído os US$ 6 milhões (R$ 32,2 milhões na cotação da época) desembolsados para sua contratação.

Os números indicam oito gols e seis assistências em 27 jogos pelo alvinegro, porém, uma observação mais cuidadosa vai perceber que a importância dele para o time vai além dessas estatísticas. 

Por tudo isso, aquele cartão vermelho recebido por Nacho no fim do jogo em Buenos Aires, numa decisão do VAR contestada por muitos, vai gerar um grande desfalque para o Galo na partida de volta das quartas de final da Libertadores, quarta-feira (18/8), às 21h30, no Mineirão.

treinador alvinegro Cuca  decerto vai encontrar alguém para ocupar a vaga, mas dificilmente conseguirá substituir tudo o que Nacho tem significado para o time atleticano.

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