Você, torcedor celeste, pode até não gostar. Talvez porque não saiba o simbolismo que esta atitude do grupo carrega. A greve na Toca é um marco histórico.
Não se tem notícia de manifestação semelhante na história celeste. No futebol, movimentos assim não são tão comuns, embora, nos últimos tempos, tenham se tornado cada vez menos raros. Isso vem de antes da pandemia de COVID-19 e tem muito a ver com a conscientização do trabalhador – no caso, o jogador de futebol.
Repórter que participava da cobertura do clube na ocasião, ouvi de um deles que havia empregado pegando manga verde nas árvores do CT para se alimentar, pela falta de dinheiro para pôr comida na mesa de casa. A pressão surtiu efeito e, no dia seguinte, de posse dos cheques para quitar o débito, os atletas retornaram ao trabalho na Cidade do Galo.
Uma semana antes da estreia, os lusos pararam de treinar. Houve uma alegação econômica também, com o grupo requisitando prêmio maior ao oferecido pela federação. Uma ameaça de abandono do Mundial acabou não se concretizando, mas até hoje o caso não é assunto encerrado pelos lados d'além-mar.