Não dá para apontar um só herói. Nem tampouco determinar que foi mera sorte. O Galo que em 2021 venceu, venceu e venceu foi resultado de uma conjunção favorável de virtudes.
Esses ingredientes são primordiais para forjar os times campeões, mas é difícil saber, previamente, se a receita vai vingar. O caminho só se conhece com o caminhar. No caso do Atlético, o alicerce foi tão forte que a certa altura ficou claro que o destino final, nas duas competições, seria a taça.
1) Um jogador definidor - Todo time campeão precisa de um jogador que você sabe que vai decidir o jogo quando a coisa apertar. Aquele que sabe o que fazer com a bola. Que intimida os adversários. O Atlético teve Hulk, e Hulk teve o Atlético. Com 36 gols, ele foi artilheiro não só do Brasileiro e da Copa do Brasil como de toda a temporada no futebol do país, desbancando Gabigol, do Flamengo, que se sustentou no posto por três anos. Hulk marcou de pênalti, de falta, de pé esquerdo, pé direito, de cavadinha, de cabeça... O repertório foi vasto e ajuda a explicar por que para muitos eles foi o craque do ano no Brasil.
4) Força física - O Atlético chegou inteiro até os 45min do segundo tempo do último jogo da temporada, contra o Athletico-PR. Foi um time incansável. Bem preparado. Lutando pela bola mesmo quando esteve à frente no placar. De novo, não dá para não destacar Hulk, o símbolo de todo esse vigor: aos 35 anos, foi o jogador que mais atuou na equipe atleticana e no futebol brasileiro em geral (4.598 minutos entre Campeonato Brasileiro, Copa Libertadores e Copa do Brasil). De maneira uniforme, o Atlético foi um time intenso, e muito disso partiu do ótimo trabalho da preparação física do clube, encabeçada por Cristiano Nunes. Envolveu poupar jogadores no período de maior maratona de partidas, enxergar o todo, planejar os passos. E foi assim, com movimentos calculados, que o Galo teve fôlego até o apito final – literalmente.