Os acontecimentos do Cruzeiro 0 x 2 América dessa quarta-feira mostraram que uma arbitragem 100% dependente do olhar humano está muito mais sujeita a erros - algum deles, claramente detectáveis pelo olhar eletrônico.
São nesses momentos que a gente percebe a falta que o VAR faz. Em casos em que, em tese, a solução parece simples demais. Óbvia demais.
Lá se vão quase quatro anos desde que o VAR entrou para as regras do futebol. Em 3 de março de 2018, a International Football Association Board (IFAB) determinou a oficialização do árbitro de vídeo nas partidas.
A intenção, disseram na época, era a busca por "justiça". Foi a partir da Copa do Mundo da Rússia que ele entrou definitivamente em ação: mais precisamente no duelo entre França e Austrália, em 16 de junho. Na ocasião, auxiliou na correção de um pênalti para a Seleção Francesa.
No Brasil, a estreia foi no segundo tempo de Santos x Cruzeiro, em 1º de agosto de 2018, na Vila Belmiro, pelas quartas de final da Copa do Brasil. Aos 11min do segundo tempo, o VAR deu o ar da graça: ao analisar a possibilidade de um pênalti do cruzeirense Lucas Romero. O árbitro Wilton Pereira Sampaio se comunicou com a equipe na cabine. Foram 27 segundos de paralisação até que a partida fosse reiniciada sem que a irregularidade fosse confirmada. A Raposa venceu por 1 a 0, gol de Raniel.
Desde então, sempre houve polêmica sobre a utilização. Críticas sobre a forma e o conteúdo. Questionamentos de toda sorte. Falhas também. Falta aprimoramento ainda. Mas é preciso entendimento que dificilmente os erros de arbitragem em campo serão zerados, porque nem tudo é quente ou frio, direita ou esquerda.
A gente sempre vai ter muito assunto para discutir - a prova disso é que ao digitar as palavras VAR e polêmica na busca do Google aparecem nada menos do que 3.810.000 citações.
Moral da história: com ou sem o VAR, haverá polêmica nas quatro linhas. Mas se está ruim com ele, é muito pior sem.