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Pezzolano pede calma, mas torcedor do Cruzeiro está em contagem regressiva

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O técnico Paulo Pezzolano tem acumulado funções no Cruzeiro. Além de treinar os jogadores e mantê-los concentrados no foco de subir a equipe para a Série A do Campeonato Brasileiro, quase que num trabalho oposto ele precisa conter a ansiedade do torcedor, que já conta os dias para deixar o pesadelo da Segunda Divisão para trás. Esse dia está cada vez mais perto, porém, o uruguaio comandante celeste já parece ter adotado a cautela mineira e prefere o discurso do "devagar e sempre".





Com a Raposa somando 46 pontos em 21 jogos, com 73% de aproveitamento, até a matemática está perto de se render. Os estatísticos apontam 62 pontos como suficientes para garantir a vaga na elite nacional. Segundo o Departamento de Matemática da UFMG, com o que tem hoje, o Cruzeiro está com 99,38% de chance de subir.

Em outras palavras, só um revertério muito grande, daquelas hecatombes que acometem o mundo do futebol a cada 100 anos, pode tirar da Raposa a passagem de volta para a Primeira Divisão. Em números, isso implica dizer que há 0,68% de possibilidade de o time azul não ficar entre os quatro melhores da Série B. Algo inimaginável a esta altura (literalmente) do campeonato.

O Cruzeiro não só é líder; é líder disparado, de fato e de direito. Ainda que tenha conquistado algumas vitórias suadas - o que não deixa de ser tônica na Segunda Divisão, especialmente pelo contexto -, desde que embalou na competição não teve concorrente, não se viu mais ameaçado. Até porque tem feito bem o dever de casa (está invicto diante de sua torcida) e obtido resultados importantes longe de seus domínios.





A chance de perder tantos pontos daqui pra frente, de modo a comprometer essa caminhada, está descartada. Senão vejamos. Das 20 equipes que disputam a Série B, a celeste está entre as que menos empataram: contabiliza quatro igualdades no placar, ao lado de Bahia e Sampaio Corrêa.

Com três derrotas, só fica atrás do Grêmio, que perdeu apenas dois jogos. Além de ser quem mais venceu, é o time que mais gols marcou. É, ainda, dono da segunda melhor defesa, vazada 10 vezes, três a menos que a do tricolor gaúcho.

Os números são tão somente reflexo de um time que entende que é preciso jogar na rotação máxima sempre para ganhar e continuar nesta sólida jornada. De uma equipe que, por se saber consciente de suas limitações, aposta no jogo coletivo.





Hoje, 16 pontos separam o Cruzeiro da meta estabelecida e sonhada desde 2020. Por mais que Pezzolano diga que não importa o quando e sim o como, o torcedor celeste bate o olho na tabela e faz as contas.

Neste sábado, o adversário é o Tombense, no Mineirão. Depois, vem uma série de partidas fora de BH - contra Londrina, Chapecoense (com mando cruzeirense em Brasília) e Grêmio.

E aí pintam aquelas coincidências que os deuses do futebol adoram preparar. A sequência em que será possível completar os cobiçados 16 pontos terá seu ponto final, justamente, na volta ao Gigante da Pampulha: em 26 de agosto, uma sexta-feira, às 21h30, contra o Náutico.

Claro que tropeço no meio dessa caminhada vai adiar a concretização do objetivo, mas será por questão de dias. Por via das dúvidas, não custa marcar o 26 de agosto na folhinha e, por precaução, ver o que vem pela frente.



A partida seguinte do Cruzeiro será em São Luís do Maranhão, às 19h do dia 30 (uma terça-feira). Daí não ser difícil cravar que de agosto não passa.

Vai ser como naqueles enredos costurados meio que pelo acaso. O mês conhecido como o do desgosto e que rima com contragosto vai ser o que vai devolver a alegria ao rosto celeste. O momento em que reticências, depois de tenebrosos três anos, se transformarão em ponto final. A concretização de uma dolorosa metamorfose.

A Coluna Tiro Livre entra numa pausa, para as férias da colunista, apostando que na volta, em setembro, já encontrará o Cruzeiro assegurado na elite. Até lá!