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Destino do América na Série A do Brasileiro está selado

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"A bola não quer entrar", afirmou o zagueiro Maidana, do América, após a derrota para o Botafogo, por 2 a 1, no Independência, na noite da última quarta-feira. Essa frase explica, invariavelmente, todos os males dos times que não conseguem alcançar resultados em campo. Colocam a culpa na bola e pronto. É clichê, do naipe de os jogadores falarem que vão dar o melhor de si ou que não existe jogo fácil e que não há mais bobo no futebol.





O caminho do gol em nada depende da vontade da bola - bom destacar, por mais que seja o óbvio ululante. A bola parar ou não no fundo das redes geralmente é consequência, nunca causa da fase ruim de uma equipe. E quanto mais a bola não entra, menor o gol vai ficando, a cada partida. A dificuldade de acertar a mira só aumenta. Os goleiros adversários se agigantam. A sorte parece abandonar.

O mesmo vale para o oposto, e isso também ficou claro no jogo entre botafoguenses e americanos no Horto. Quando "a bola quer entrar", ela faz como no primeiro gol da equipe carioca: Júnior Santos desequilibrado, chutou quase caindo, a bola desviou e entrou. 

Na contramão do que ocorre com equipes que atravessam má fase, quando a maré está boa, a bola bate na coxa do jogador, nas costas, na trave... entram em ação os tais "gols espíritas". Como se o mundo conspirasse a favor daqueles jogadores. Contudo, a explicação em tais cenários não se resume a argumentos paranormais. É competência mesmo.





Restando 11 rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro, para muitos o resultado no Horto sentenciou o destino do primeiro e do último colocados. A matemática ainda não aponta 100% de possibilidade (um capricho dos números, diria) para nenhum dos lados, mas difícil imaginar um desfecho sem o alvinegro carioca campeão e o Coelho rebaixado.

Nos dois anos anteriores, o Coelho fez campanhas de recuperação no Brasileiro. Como as últimas imagens são as que ficam, muitos podem não se lembrar que o time mineiro passou apuros tanto na edição de 2021 quanto em 2022. Viveu de sobe e desce na classificação, rondou a zona de rebaixamento (fez, inclusive parte dela por algumas rodadas), até conseguir se estabilizar e iniciar arrancadas.

Em 2021, numa participação histórica, garantiu, pela primeira vez, vaga na Copa Libertadores. Em 2022, bateu na trave: empatou com o Atlético-GO (1 a 1) na última rodada do Nacional e ficou a uma vitória de assegurar, pelo segundo ano consecutivo, vaga no principal torneio de clubes do continente. Mas foi para a Sul-Americana, o que também ficou de bom tamanho.





O passado recente pode ter feito muita gente acreditar que o raio cairia pela terceira vez no mesmo lugar. Ou pelas redondezas. Mas não. Em 2023, não teve reação. Não teve arrancada. Não teve milagre - e não parece que forças ocultas vão entrar em campo neste momento para resolver a parada. 

Segundo o departamento de matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a probabilidade de o América estar na Série B do ano que vem é de 99,57%. O caso, agora, nem é mais saber se o time vai ou não cair. É saber quando a queda será decretada.