Pessoas LGBTQIAP+, negras, latinas e com deficiência são maioria entre os personagens de The Last of Us, série da HBO Max que foi o grande destaque da temporada de lançamentos do primeiro trimestre deste ano. A aposta em diversidade no elenco e inclusão na abordagem deu certo: a série se tornou um fenômeno em todo o mundo e deu à HBO as maiores audiências de sua história na Europa e América Latina.
The Last of Us é uma série lançada no streaming e TV, baseada em uma franquia de videogames. Os protagonistas são a adolescente lésbica Ellie (Bella Ramsey) e um homem latino de 56 anos chamado Joel (Pedro Pascal). Juntos, precisam lutar por sobrevivência, pois quase todos os habitantes da Terra foram infectados pelo fungo Cordyceps, que os transforma em um tipo de zumbi extremamente sanguinário. Há outros sobreviventes, inclusive uma espécie de milícia chamada Vaga-Lumes, que também representa risco para a vida dos protagonistas.
Leia Mais
Direitos e benefícios para todas as configurações familiaresO que ESG tem a ver com diversidade e inclusão? Carnaval com respeito para todas, todos e todes!Representatividade importa: quem foi a sua Vera Verão?Cristina de Deus e Cristina La Veneno: a luta pela sobrevivênciaDez anos de Toda DeseoA preocupação em ter representatividade genuína também levou à feliz escalação do jovem ator negro e surdo Keivonn Woodard para interpretar Sam, que protagoniza o episódio 5, "Resistir e Sobreviver”, ao lado de seu irmão Henry (Lamar Johnson). Os dois usam a ASL, língua de sinais americana, em longos diálogos. É muito sensível a maneira como uma família atípica, formada apenas pelos irmãos, é retratada no episódio. É também um ótimo exemplo sobre como pessoas surdas podem protagonizar narrativas audiovisuais. Não me recordo de ver uma pessoa surda se comunicando em LIBRAS em longos diálogos em uma obra brasileira direcionada a grandes audiências.
O episódio 7, "O Que Deixamos Para Trás", foca no romance da protagonista Ellie com a jovem Riley (Storm Reid) e há um bonito beijo entre as duas, mostrando a inocência da descoberta do amor na adolescência. A história do amor lésbico é outra narrativa muito sensível e bonita em meio ao caos da série, dando ainda mais consistência ao posicionamento direcionado à representatividade.
A intencionalidade em fazer uma série diversa e inclusiva foi muito bem combinada com a ação, drama e sustos que uma série apocalíptica deve trazer. Os haters ainda reclamam e equivocadamente bradam que “quem lacra não lucra”, mas essa série, com seus recordes de audiência, é apenas mais um dos inúmeros exemplos de que quem foca em diversidade e inclusão está lacrando, lucrando e educando muito bem.
___________________
Quer conversar mais sobre o tema? Eu sou o Léo Drummond, diretor da Diversifica, e falo sobre diversidade, inclusão e pessoas LGBTQIAP na sociedade e no mercado de trabalho.
Instagram: https://www.instagram.com/leo_drummond_/
Site: www.diversificasa.com.br