O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua à frente das pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, com 39%, mas o presidente Jair Bolsonaro se mantém com um lugar garantido no segundo turno, com 31,1%, encurtando sua distância para Lula, segundo o Instituto Paraná Pesquisas.
O ex-juiz Sérgio Moro refluiu para 7,5%, está em empate técnico com Ciro Gomes, que tem 6,8%, mantendo-se um empate técnico na terceira e na quarta colocações. João Doria (2,2) e Eduardo Leite (1,3%) vêm em quinto e sexto. André Janones marca 0,7%; Simone Tebet, 0,4%; e Alessandro Vieira, 0,1%. Somados, os candidatos que buscam a terceira via não chegam a 20% do eleitorado.
O ex-juiz Sérgio Moro refluiu para 7,5%, está em empate técnico com Ciro Gomes, que tem 6,8%, mantendo-se um empate técnico na terceira e na quarta colocações. João Doria (2,2) e Eduardo Leite (1,3%) vêm em quinto e sexto. André Janones marca 0,7%; Simone Tebet, 0,4%; e Alessandro Vieira, 0,1%. Somados, os candidatos que buscam a terceira via não chegam a 20% do eleitorado.
É nesse contexto que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se movimenta, ao consolidar a indicação de Geraldo Alckmin como vice, apesar das resistências do PT em São Paulo. Uma ala do partido teme o tucano na vice em razão do impeachment de Dilma Rousseff, por achar que o ex-governador de São Paulo seria uma alternativa para o establishment econômico e o Centrão afastarem Lula eventualmente eleito da Presidência, em caso de crise de governo.
Outra, considera Alckmin melhor opção do que o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, porque não atrairia para a campanha de Lula o forte sentimento antipetista de uma parcela significativa do eleitorado paulista.
Essa seria a razão do surpreendente desempenho da candidatura do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. Lula, porém, não dá ouvidos. Acredita que o tucano é realmente o melhor companheiro de chapa possível, inclusive para garantir o apoio das elites paulistas.
Outra, considera Alckmin melhor opção do que o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, porque não atrairia para a campanha de Lula o forte sentimento antipetista de uma parcela significativa do eleitorado paulista.
Essa seria a razão do surpreendente desempenho da candidatura do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. Lula, porém, não dá ouvidos. Acredita que o tucano é realmente o melhor companheiro de chapa possível, inclusive para garantir o apoio das elites paulistas.
A grande ameaça à presença de Bolsonaro no segundo turno seria o surgimento de uma candidatura forte de terceira via, o que até agora não ocorreu. Sérgio Moro, que disputa sua base política-ideológica com um discurso focado na bandeira na ética, fez um voo de galinha. A luta contra a corrupção parece que deixou de ser uma prioridade dos eleitores, mais preocupados com o desemprego e a saúde.
Como não houve até agora nenhum grande escândalo de corrupção governo federal, Moro não está tendo facilidade para capturar os eleitores mais conservadores descontentes com o presidente da República. Mesmo com o caso das “rachadinhas” da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que envolve diretamente o clã Bolsonaro, saiu do radar eleitoral: o assunto está na geladeira dos tribunais.
Como não houve até agora nenhum grande escândalo de corrupção governo federal, Moro não está tendo facilidade para capturar os eleitores mais conservadores descontentes com o presidente da República. Mesmo com o caso das “rachadinhas” da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que envolve diretamente o clã Bolsonaro, saiu do radar eleitoral: o assunto está na geladeira dos tribunais.
De olho na economia
Bolsonaro paga um preço alto por seu negativismo na pandemia e pelo fracasso econômico, além do desmantelamento das políticas públicas, em todas as áreas do governo, principalmente a saúde, a educação e o meio-ambiente.
Entretanto, prepara um pacote de medidas na área social com o claro propósito de impactar a população de baixa renda. Os recursos destinados aos novos programas sociais somam R$ 140 bilhões neste ano eleitoral.
Entretanto, prepara um pacote de medidas na área social com o claro propósito de impactar a população de baixa renda. Os recursos destinados aos novos programas sociais somam R$ 140 bilhões neste ano eleitoral.
O Bolsa-Família foi substituído pelo Auxílio Brasil, graças ao parcelamento dos precatórios. Sozinho, representa uma transferência de renda de R$ 89,1 bilhões, muito abaixo dos R$ 353, 7 bilhões do Auxílio Emergencial. É uma injeção de recursos de monta nas periferias e pequenas cidades de todo país.
A única coisa que pode neutralizar o impacto eleitoral do programa é a inflação. Na eleição, o carinho do supermercado será a medida de valor desse novo auxílio. A comparação com o poder de compra durante o governo Lula será até instintiva.
A única coisa que pode neutralizar o impacto eleitoral do programa é a inflação. Na eleição, o carinho do supermercado será a medida de valor desse novo auxílio. A comparação com o poder de compra durante o governo Lula será até instintiva.
Com a pandemia domada, o emprego em recuperação e essas bondades, o que pode atrapalhar os planos de Bolsonaro são os reflexos da guerra da Ucrânia no Brasil. O comércio exterior brasileiro está acima de US$ 0,5 trilhão. As exportações superam US$ 100 bilhões, porém com crescente vulnerabilidade. O agronegócio representou 43%.
Deste total, mais de 70% das exportações estão representadas por dois produtos de proteína vegetal (soja e milho), 87,7% em valor concentrado no mercado chinês. O mercado asiático absorveu 46,4%, com destaque para a China, que representou 31,3%. Mais de 80% dos fertilizantes são importados da Rússia e de Belarus. A guerra desorganiza as cadeias globais de produção e comércio.
Deste total, mais de 70% das exportações estão representadas por dois produtos de proteína vegetal (soja e milho), 87,7% em valor concentrado no mercado chinês. O mercado asiático absorveu 46,4%, com destaque para a China, que representou 31,3%. Mais de 80% dos fertilizantes são importados da Rússia e de Belarus. A guerra desorganiza as cadeias globais de produção e comércio.
Além disso, o Brasil tem vulnerabilidades estratégicas que passam longe da agenda de Bolsonaro: a falta dos insumos na área da saúde para a fabricação de vacinas (IFA); 60% do consumo doméstico de trigo depende de importação externa e, deste total, 85% são da Argentina; total dependência de semicondutores e terras raras.
O atraso do Brasil na educação e em pesquisa e desenvolvimento se reflete em todas as áreas produtivas, com exceção do agronegócio, o setor mais atualizado em termos tecnológicos. O problema é que os interesses imediatos dos eleitores também estão ao largo de tudo isso.
O atraso do Brasil na educação e em pesquisa e desenvolvimento se reflete em todas as áreas produtivas, com exceção do agronegócio, o setor mais atualizado em termos tecnológicos. O problema é que os interesses imediatos dos eleitores também estão ao largo de tudo isso.