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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Presidente Jair Bolsonaro recupera sua expectativa de poder em ato do PL

A inflação, porém, continua sendo um fantasma. A alta dos combustíveis pode pôr a perder toda estratégia de reeleição de Bolsonaro


16/03/2022 04:00 - atualizado 16/03/2022 07:59

Jair Bolsonaro
Nos estados, o PL começa a cobrar lealdade dos candidatos do PP à candidatura de Bolsonaro, principalmente no Nordeste (foto: Evaristo Sá/AFP)

O ato realizado ontem pelo Partido Liberal (PL), do ex-deputado Valdemar Costa Neto, que filiou 16 deputados à legenda, mostra que o presidente Jair Bolsonaro está recuperando a expectativa de poder, que em grande parte havia se transferido para o ex-presidente Luiz Inácio lula da Silva, em razão do favoritismo do petista nas pesquisas de opinião. Entre os novos filiados, estão a deputada Carla Zambelli (DF), o cantor baiano Netinho e o jogador de vôlei Maurício de Souza. O PL passou a ter a maior bancada da Câmara, com 65 parlamentares.

A maioria dos parlamentares que ingressaram no PL deixou a União Brasil, partido que resultou da fusão do PSL com o DEM. Bolsonaristas de primeira hora como Coronel Tadeu (SP), Sanderson (RS) e Hélio Lopes, conhecido como Hélio Negão (RJ), estão no pacote de filiações, esperadas desde quando o presidente Bolsonaro ingressou na legenda comandada por Valdemar Costa Neto, em novembro passado. Naquela ocasião, por causa da lei de fidelidade partidária, somente o senador Flávio Bolsonaro (RJ) havia ingressado na legenda.

A União Brasil deve perder 28 dos 81 deputados de sua bancada, que resultou da fusão do PSL com o DEM. Essa debandada já estava prevista pelo presidente da legenda, Luciano Bivar (PE), em razão do rompimento com Bolsonaro. Foi uma das razões da própria fusão com o DEM. A nova legenda pretende compensar as perdas utilizando o enorme fundo partidário de que dispõe para financiar seus candidatos nas eleições deste ano. O PSL já receberia R$ 604 milhões de fundo eleitoral; somados aos R$ 341,7 milhões do DEM, são quase R$ 1 bilhão para gastar na campanha eleitoral.

Lealdade

Segundo partido em importância do Centrão, após a filiação do presidente Jair Bolsonaro, o PL passou a emular com o PP em termos de fidelidade ao presidente da República. No ato de filiação de ontem, a deputada Carla Zambelli anunciou a formação do grupo “Lealdade Acima de Tudo”, formado por parlamentares que defendem os posicionamentos de Bolsonaro em relação a “Deus, pátria, família, liberdade”. Nos estados, o PL começa a cobrar lealdade dos candidatos do PP à candidatura de Bolsonaro, principalmente no Nordeste.

Um dos que está na saia justa por causa disso é o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), que apoia um candidato do PSDB no Piauí. Indicada por Bolsonaro para presidir o PL no estado, a jornalista Samantha Cavalca, num programa da TV Cidade Verde, questionou o apoio de Nogueira ao tucano Sílvio Mendes, inclusive indicando a deputada Iracema Portella (PP), sua esposa, para vice da chapa encabeçada pelo PSDB. Cavalca garantiu que o palanque de Bolsonaro no Piauí será comandado pelo PL: “Nosso pré-candidato, que vai defender o nome do Bolsonaro, é o major Diego Melo. Já foi avalizado pelo presidente", disse.

Uma das maiores dificuldades para a reeleição de Bolsonaro é sua fragilidade eleitoral no Nordeste, apesar do grande número de deputados nordestinos do Centrão, a começar por Ciro Nogueira e pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem enorme prestígio eleitoral no Nordeste, porque é pernambucano e devido aos grandes investimentos que realizou na região, com destaque para a transposição do Rio São Francisco.

Entretanto, Bolsonaro conseguiu estancar a queda nas pesquisas de opinião e o ex-presidente Lula aparentemente bateu no seu teto eleitoral para o primeiro turno, o que pode inviabilizar uma “terceira via”. Com isso, os governistas estão mais animados e restabeleceram a expetativa de reeleição que haviam perdido. Além disso, o governo passou a operar em modo eleitoral, com adoção de medidas para mitigar os efeitos da pandemia e da inflação no bolso dos brasileiros. Ontem, por exemplo, anunciou o adiantamento do 13% salário para os aposentados e liberou o saque de R$ 1 mil do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Censura

A inflação, porém, continua sendo um fantasma. A alta dos combustíveis pode pôr a perder toda estratégia de reeleição de Bolsonaro, comendo parte dos recursos do Auxílio Brasil, o programa de transferência de renda no valor de R$ 400 que, desde janeiro, beneficia 17,5 milhões de famílias de baixa renda. Para mitigar os efeitos da alta dos combustíveis no bolso do consumidor, o governo pretende zerar os impostos federais sobre combustíveis e subsidiar os preços do diesel, da gasolina e do gás de cozinha.

O pacote de bondades se soma à agenda dos costumes, que voltou a ser implementada. Ontem, o governo censurou uma comédia do humorista Danilo Gentili, “Como se tornar o pior aluno da escola”, de 2017, por suposta pedofia.  O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou que Netflix, Telecine, Globoplay, YouTube, Apple e Amazon suspendam a exibição e oferta do filme. Caso as plataformas não cumpram a determinação, será aplicada multa diária no valor de R$ 50 mil. No filme, o personagem que é pedófilo é um vilão.

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