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Bra$il em foco

Um cadastro para reduzir o custo do dinheiro nos financiamentos

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O Banco Central confirmou as expectativas e elevou ontem novamente a taxa de juros em 0,75 ponto percentual para 3,5% ao ano e deve continuar subindo a taxa – em ritmo menor – nas próximas reuniões. A elevação da taxa básica terá reflexo nos juros na ponta do crédito para consumidores e empresas. Esse cenário de taxa de juros em alta, inflação fora da meta e dólar acima de R 5, pode levar os consumidores a buscar formas de escapar dessa armadilha. Com os juros em alta, uma alternativa para os consumidores pode ser o Cadastro Positivo, que, em tese, reduz o custo de empréstimos para os bons pagadores.



Aprovado há exatos 20 anos pelo Congresso Nacional para ser uma ferramenta de redução do custo do crédito, sobretudo dos spreads bancários, o cadastro que classifica os pagadores por faixa de risco ainda não surtiu os efeitos espetados. Pesquisa recente do Banco Central, mostra a evolução do cadastro de bons pagadores para avaliar os efeitos depois que a inserção de nomes no banco de dados passou a seguir o regime opt-out (sem autorização prévia). O número de inscritos no cadastro cresceu 15 vezes desde 2019, quando a adesão passou a ser automática.

Sem a necessidade de autorização, o Cadastro Positivo depende do envio das informações por parte das instituições que têm o histórico de pagamentos de clientes e usuários. Até agora, a maior parcela do banco de dados vêm de instituições autorizadas pelo Banco Central, mas este ano serão incluídas informações de operadoras de telecomunicações. Já em relação a serviços de energia elétrica, água, gás e esgoto não há previsão de inserção no Cadastro Positivo. O que deve ocorrer com o tempo, principalmente em função dos resultados positivos.

Com os gestores de bancos de dados (GBD) começando a oferecer nota de pessoas cadastradas e pessoas jurídicas desde o início de 2020 – embora no caso das empresas só 50% dos GBD – já foi possível observar redução nos juros e nos spreads para os bons pagadores. Segundo o levantamento do Banco Central, metade das instituições financeiras que atua na concessão de crédito para consumo de pessoas já fez alterações para usar dados do Cadastro Positivo, 11% estão fazendo ajustes e 33% pretende fazer as adaptações. No caso das micro, pequenas e médias empresas, 88% das instituições estão se preparando para usar o banco de dados na oferta de créditos. “pontuação” das pessoas, com 41% migrando para faixas de menor risco, 33% se mantendo na mesma faixa e 26% passando para a categoria de maior risco. Entre as empresas, 30% foram melhor classificadas, 50% permaneceram e 20% tiveram sua avaliação rebaixada.



Em termos de taxas, o Banco Central observou, no crédito não consignado, uma redução média de 10,4% nos spreads nas operações quando comparado os tomadores com pontuação no cadastro com o os que não estão no banco de dados. Esse corte equivale a uma redução de 31 pontos percentuais na taxa média de 299% ao ano registrada nas operações.

Lembrando que as operações de consumo (água, luz, telefone etc) não estão no Cadastro Positivo, o economista Nicola Tingas, consultor econômico da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi) avalia que esse processo ainda está no início, mas vai trazer benefícios. O primeiro impacto, segundo ele, a partir da adesão dos bancos, é o aumento na oferta de crédito para quem antes tinha o acesso negado por falta de informação. “Ainda é um processo parcial, mas que deve sim beneficiar a oferta diferenciada de crédito a taxas melhores para aquela parcela da população que tem o risco menor, ou seja, tem melhor capacidade melhor de pagamento”, afirma o economista.

Resultado

R$ 2,5 bilhões - Foi o lucro líquido da Gerdau no primeiro trimestre deste ano, recorde histórico da companhia siderúrgica


Acelerado

Apesar das medidas restritivas provocadas pela segunda onda da pandemia de coronavírus, o emplacamento de veículos teve alta de 6,73% em abril sobre março e de 219,22% em relação ao mesmo mês do ano passado. No caso dos usados, o aumento em abril sobre abril de 2020 foi de 463,77%, segundo dados da Federação Nacional de Distribuidores de Veículos Automotores (Fenabrave).

Tecnologia

Um projeto desenvolvido pela pure-tech Kunumi para a Unimed-BH mostra que a inteligência artificial impacta de forma positiva a rotina de trabalho das pessoas. Nas autorizações médicas, por exemplo, automatização de 38% das aprovações de procedimentos com 99% de precisão permitiu a redução no tempo de atendimento e a liberação de médicos e auditores para análises mais complexas.