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BRA$IL EM FOCO

Inflação generalizada é percebida pela quase totalidade dos brasileiros

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A inflação no Brasil segue pressionada por fatores diversos e cada vez mais perceptível para a população. O aumento do consumo com o fim das restrições da pandemia de COVID-19 influencia, mas como o problema da alta dos preços é mundial, é provável que ainda se conviva muito tempo com índices de preços elevados. O valor médio do litro da gasolina registrou aumento de 0,37%, mesmo sem nenhum reajuste praticado pela Petrobras. A alta, apontada por pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), está associada ao aumento de 4,5% no valor médio do etanol, que representa 27% da gasolina vendida nos postos. E a alta do estanol está associada a uma quebra na safra de cana-de-açúcar.





O 4º Levantamento da Conab sobre a safra de cana-de-açúcar mostra um total de 585,2 milhões de toneladas na safra 2021/22, o que representa uma queda de 10,6%. A redução provocada por condições climáticas adversas ocorre no momento em que há uma demanda maior pelo combustível verde por causa do reajuste da gasolina. A inflação generalizada impede a percepção de reduções de preços, como no caso da energia, que ficou livre de um encargo que representava um acréscimo de 20% no valor da tarifa. Com o seu fim, o preço da energia não recuou, mas sim retornou ao patamar anterior a setembro de 2021. E este ano a conta de luz vai subir muito acima da inflação para repor as perdas das distribuidoras com o uso das termelétricas para evitar um apagão em 2021. Os reajuste já chegam a 23,99% no caso dos consumidores residenciais da Enel Ceará.

E combustíveis e energia estão na base da produção e prestação de serviços, espalhando pressão por reajustes para todos os setores, levando a uma inflação generalizada, que já é percebida pela quase totalidade da população brasileira, conforme pesquisa do Instituto FSB Pesquisa contratada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O levantamento da CNI, que ouviu 2.015 pessoas entre 1º e 5 de abril, mostra que o impacto da inflação, nos últimos seis meses, foi sentido por 95% da população, 22 pontos percentuais maior do que em novembro de 2021, quando 73% tinham essa percepção.

A pesquisa “Comportamento e economia no pós-pandemia” mostra ainda que os brasileiros estão mais pessimistas em relação à aceleração dos preços no futuro próximo, com 66% da população acreditando que a inflação vai subir nos próximos seis meses. Em novembro, eram 54%. E esse pessimismo varia de acordo com a renda. Para 71% dos que ganham entre um e dois salários mínimos, os preços vão aumentar, enquanto entre os que ganham acima de cinco salários mínimos são 55% os que acreditam na aceleração da inflação nos próximos meses. E a percepção do impacto da inflação no cotidiano está acompanhada de uma redução da renda da população. A pesquisa identifica que 76% dos brasileiros tiveram sua situação financeira prejudicada pela inflação. “As mais afetadas são as pessoas sem escolaridade, com renda de até um salário mínimo, e os moradores do Nordeste”, diz a CNI em nota.





A pesquisa mostra que altas crescentes dos gastos essenciais estão levando mais brasileiros a reduzirem o consumo. Entre os entrevistados na pesquisa, 64% disseram ter reduzido gastos nos últimos seis meses, com 49% admitindo ter feito cortes grandes ou muito grandes nas despesas. Por ordem, 34% deixaram de comprar material de construção, 29% cancelaram a TV, 24% deixaram de fazer refeições fora de casa, 13% deixaram de comprar eletrodomésticos, 15% deixaram de consumir combustíveis e 12% cortaram a conta do celular. Os cortes são reflexos do encolhimento da renda com a inflação alta.

Energia

Com o fim das restrições da pandemia de COVID-19, o consumo de energia elétrica aumentou 0,9% no primeiro trimestre deste ano em relação a igual período de 2021, com o mês de março puxando esse crescimento, segundo dados preliminares da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). No mercado livre, a demanda cresceu 5,5%, enquanto no mercado regulado houve recuo de 1,4% no período.

Fundos de pensão

R$ 1,11 TRILHÃO - É o valor total dos ativos do sistema de fundos de pensão em 2021, com alta de 6%, segundo a Abrapp

Robótica

Os robôs estão invadindo a área de saúde. O Phi Robotics, research lab da UFRGS, prevê descontaminação de hospitais com robôs autônomos que emitem luz ultravioleta e névoa ozonizada para prevenir e reduzir a propagação de vírus. “Mantemos um controle da área desinfectada, com um mapa que mostra o que foi descontaminado e o que não foi”, explica Edson Prestes, membro do IEEE.