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BRA$IL EM FOCO

Transporte acelera no trimestre mesmo com o aumento do óleo diesel

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O aumento acumulado de 22,6% no valor do óleo diesel impactou os custos de transportadoras e motoristas autônomos, mas não atrapalhou a retomada do transporte de cargas no país com a normalização das atividades econômicas no início deste ano. Na ponta do lápis, dados da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) mostram que, no primeiro trimestre deste ano, o consumo de diesel no transporte de cargas no país somou 12,06 bilhões de litros. Considerando um valor médio de R$ 5,497 pago pelo litro do diesel em 1º de janeiro nos postos do país, o abastecimento de frota de carga custava R$ 62,29 bilhões no início do ano, enquanto em 31 de março, com o diesel a um valor médio de R$ 6,518 por litro, o gasto com combustível no transporte de cargas subiu para R$ 78,61 bilhões, uma diferença para mais de R$ 16,32 bilhões.



Apesar do aumento, a movimentação de produtos se manteve aquecida nos três primeiros meses deste ano, impulsionado pela retomada do varejo, pelo crescimento das vendas on-line e pelo aumento dos preços e volumes de exportação de commodities com a Guerra na Ucrânia. As exportações de soja, milho e farelo cresceram 38% no período de janeiro a março deste ano na comparação com os três primeiros meses de 2021. O “Relatório Fretebras – Transporte Rodoviário de Carga”, registrou crescimento de 36,8% no volume de fretes rodoviários contratados entre janeiro e março em relação ao primeiro trimestre de 2021, com um valor da ordem de R$ 18 bilhões movimentados no transporte rodoviário em todo o país no período.

E a movimentação de carga está cada vez mais digitalizada, como mostra a própria Fretebras, maior plataforma on line de transporte de cargas da América Latina, que reúne 695 mil motoristas autônomos cadastrados e quase 18 mil empresas assinantes. “O grande fator que está por trás da digitalização das rotas é a pressão da inflação sobre os custos do transporte, puxada principalmente pela alta do diesel. O mercado tem notado que a contratação de autônomos usando aplicativos de frete, como o nosso, tem gerado economia de 20% a 30% quando comparado com frota própria”, observa o diretor de Operações da Fretebras, Bruno Hacad.

O levantamento da Fretebras, feito com base na análise de 2,2 milhões de fretes publicados no primeiro trimestre de 2022, mostra que o Sudeste, região mais industrializada do país, registrou crescimento acima da média nacional no primeiro trimestre. De acordo com o estudo, o volume de fretes rodoviários no Sudeste aumentou 42% na comparação com o primeiro trimestre de 2021, sendo que Minas Gerais registrou a maior alta no volume de fretes no período, com alta de 70,1% na comparação com o período de janeiro a março do ano passado. Minas foi seguida pelo Espírito Santo (43.8%), Rio de Janeiro (31,5%) e São Paulo (26,2%). “O que temos notado é que o Sudeste está cada vez mais digitalizado, com as transportadoras e os caminhoneiros autônomos utilizando plataformas online para realizar os fretes”, avalia Bruno Hacad.



O estudo da Fretebras analisou três grandes setores: o agronegócio, a indústria e a construção, que representam mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Beneficiado pelos impactos da Guerra na Ucrânia com aumento de preços e volume exportado de commodities e maior importação de fertilizantes, o agronegócio respondeu por 37,4% as cargas registradas na plataforma, com movimentação de cerca de R$ 6,7 bilhões em fretes distribuídos.

Os produtos industrializados, com 27,7% dos fretes e cerca de R$ 5 bilhões contratados foram na sequência os que mais contribuíram para o aumento na movimentação de carga. Alimentos (19%), máquinas e equipamentos (11,2%) e produtos siderúrgicos (9,9%) forem os itens industriais mais transportados. No setor de construção, que respondeu por 13,6% das cargas registradas na Fretebras no primeiro trimestre, o movimento de fretes girou em torno de R$ 2,4 bilhões. Cimento (53,1%), telha (5,9%) e pisos (4,8%) foram os insumos mais transportados.

Franquias

R$ 43,38 bilhões

foi o faturamento das redes de franquias no primeiro trimestre deste ano, com alta de 8,8% segundo a Associação Brasileira de Franchising

Centenária

A usina siderúrgica de Sabará, inaugurada em 1917 e controlada desde 1922, pelo hoje grupo ArcelorMittal, vai receber investimentos de R$ 144 milhões até 2024 para elevar a produção em 35%. Com o aporte anunciado ontem o grupo eleva os investimentos em Minas Gerais entre 2022 e 2025 a R$ 4,5 bilhões. Já no país, os projetos do grupo siderúrgico vão receber aporte de R$ 7,8 bilhões no período de quatro anos.

Capitalismo

O sociólogo alemão Rainer Ziltemann é o convidado da 1ª Conferência Internacional da Liberdade, que ocorre amanhã, em São Paulo. Autor do livro “O capitalismo não é o problema, é a solução”, ele defende que o sistema é o principal impulsionador da economia de uma nação com base na geração de renda para as pessoas. Ziltemann desafia o conceito de intervenção estatal na economia para gerar desenvolvimento social