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Brasileiros enfrentam arrocho financeiro na gestão do orçamento

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A conjugação de taxas de juros elevadas, que encarecem o crédito e inibem investimentos, o alto grau de endividamento das famílias brasileiras, que chega a 80% em algumas faixas de renda, a recuperação lenta do mercado de trabalho com os salários deprimidos, estrangulam o orçamento dos brasileiros. E esse quadro pode se agravar com a perspectiva de desaceleração da economia mundial no próximo ano e oferta generosa de crédito às vésperas do segundo turno das eleições. Com o endividamento das famílias chegando ao maior patamar em 12 anos, uma pesquisa feita pela startup Allya mostra que 35% dos trabalhadores dizem estar apenas sobrevivendo financeiramente, enquanto 40% admitem não ter dinheiro no fim do mês.





A pesquisa ouviu mais de 1.200 respondentes de 164 empresas e considerou “controle sobre as finanças, capacidade de absorver uma despesa inesperada, caminho para atingir seus objetivos e capacidade de fazer escolhas que possibilitem curtir a vida. Ainda segundo o levantamento, 35% dos entrevistados estão no limite financeiro e despreparadas para arcar com qualquer custo inesperado. A pesquisa mostra que problemas financeiros e endividamento não estão restritos a desempregados ou assalariados de baixa renda ou pessoas que recebem dinheiro de programas de transferência de renda.

Gustavo Antonelli, cofundador da Allya e responsável pela pesquisa, avalia que os dados da pesquisa não podem ser interpretados apenas como problema individual, uma vez que estresse financeiro afeta o desempenho dos profissionais, gerando custos para a empresas. “É dever dos RHs cuidar do bem-estar financeiro dos funcionários”, afirma Antonelli. Também sócio da startup benefícios corporativos, Marcelo Ferelli afirma que o levantamento identificou que “a melhor forma de incluir melhores hábitos financeiros é atuar no dia-a-dia para gerar economia, elevar a consciência e o foco no bem-estar financeiro através da educação; o que, consequentemente, resultará no melhor desempenho de suas funções junto às empresas”. Ou seja, o endividamento dos brasileiros afeta também as empresas.

Outro levantamento, realizado pela Creditas Benefícios, carteira de benefícios corporativos da fintech, revelou que mais de 80% dos entrevistados apresentam sintomas de ansiedade e depressão decorrente do endividamento. O estudo aponta ainda que nove em cada 10 funcionários acreditam que as empresas poderiam ter iniciativas para possibilitar a educação financeiro dos empregados. A conclusão dos dois levantamentos é que mesmo entre uma parcela da população com mais condições financeiras fica claro que existem várias pessoas precisando de ajuda para melhorar sua situação financeira, exigindo das empresas medidas para amenizar os impactos causados pela falta de saúde financeira.





Nos lares, 80,9% das mulheres estão endividadas no país, segundo detalhamento dos dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Educadora financeira Aline Soaper observa que houve aumento de 5,9% do endividamento feminino, em comparação a 2021. Entre o recorte por gênero, as dívidas avançaram entre o público feminino, em especial no cartão de crédito. Nos cinco primeiros lugares do ranking das modalidades de dívidas estão o cartão de crédito (85,6%), os carnês (19,4%), o financiamento de veículos (9,6%), o crédito pessoal (9,1%) e o financiamento de imóvel (7,9%).

Alívio?

10 milhões
de contribuintes deixariam de pagar Imposto de Renda no ano que vem com correção integral da tabela, segundo cálculos do Unafisco Nacional

Solar

A geração fotovoltaica caminha para se tornar a segunda maior fonte geradora do país, atrás apenas das hidrelétricas. Segundo a Absolar, a capacidade de geração solar instalada no país ultrapassou os 20 gigawatts (GW) neste mês, respondendo por 9,6% da capacidade do país. A geração solar dobrou em um ano. A energia eólica, segunda fonte no país, tem 22,4 GW, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico.

Na moda

A marca de moda feminina Animale planeja ter 19 das suas 68 lojas abastecidas por fontes renováveis de energia. A primeira loja 100% abastecida por energia solar, proveniente de painéis fotovoltaicos, fica no Bairro de Lourdes, em BH. “A nossa estratégia de consumo de energia solar teve início este ano e o nosso compromisso é de que todas as lojas sejam abastecidas por fontes renováveis até 2030”, afirma Ana Freitas, diretora da marca.