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Estado de Minas BRA$IL EM FOCO

Sinais de desaceleração com inflação acelerando explicam juros altos

Além do desaquecimento da atividade econômica, a inflação, que teve queda durante três meses seguidos dá sinal de interromper esse processo e voltar a subir


28/10/2022 04:00 - atualizado 28/10/2022 07:23

Montagem exibe moedas empilhadas e gráfico ascendente
(foto: Pixabay)

 

A economia brasileira dá sinais claros de desaceleração no terceiro trimestre por causa das altas taxas de juros e do fim do pagamento dos benefícios a caminhoneiros, taxistas e do Auxílio Brasil e esse contexto se dá com os preços voltando a acelerar depois de três meses de deflação. Esse quadro foi reconhecido quarta-feira pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que manteve a taxa básica Selic em 13,75%.

Para os diretores da instituição financeira, os indicadores nos últimos 45 dias sinalizaram “ritmo mais moderado de crescimento” da atividade econômica e “a inflação ao consumidor continua acelerada. A queda na atividade foi capturada pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-br), que teve retração de 1,13% em agosto. O indicador é reflexo da desaceleração nas vendas do comércio e na produção da indústria.

 

A indústria caiu 0,6% em agosto na comparação com julho, acumulando tombo de 1,3% no ano e de 2,7% em 12 meses. Já as vendas do comércio tiveram queda de 0,1% em agosto, ficando negativa por três meses seguidos, com perda acumulada de 2,5%. No ano, o setor acumulou aumento de 0,5%, e, nos últimos 12 meses, queda de 1,4%. Já o setor de serviços teve crescimento de 0,7% em agosto e, embora em alta, ficou aquém do aumento de 1,3% no mês anterior. Em quatro meses, o setor tem alta acumulada de 3,3%. Os dados de setembro, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga a partir a próxima semana, devem confirmar a desaceleração.

 

Além do desaquecimento da atividade econômica, a inflação, que teve queda durante três meses seguidos, dá sinal de interromper esse processo e voltar a subir, pressionando o orçamento das famílias. A prévia da inflação subiu 0,16% em outubro, muito acima das projeções do mercado, que previam alta de 0,09%. O custo dos combustíveis continuou caindo, mas preços de passagens aéreas e planos de saúde e do setor de vestuário subiram, impedindo a continuidade do processo de deflação. “Os dois ou três meses em que a gente teve deflação, (ela) foi muito concentrada no corte de impostos, principalmente nos combustíveis e na energia elétrica. Mas isso foi um ajuste pontual que o governo fez; não é sustentável”, avalia Paulo Henrique Duarte, economista da Valor Investimentos.

 

Formado em economia pelo Ibmec e mestre em finanças pelo MIT Sloan School of Management, Paulo Henrique lembra que, apesar da deflação, o IPCA apontava alta em outros grupos, como alimentos, que de janeiro a setembro acumulam alta de 9,54%, a maior nesse período desde o início do Plano Real, em junho de 1994. Agora, com a perspectiva de que a Petrobras tenha que reajustar os preços do óleo diesel e da gasolina por causa da defasagem do valor nas refinarias em relação ao Preço de Paridade Internacional (PPI), a previsão é de que a inflação volte a subir com mais força no fim do ano, quando o consumo é pressionado pelo maior volume de dinheiro em circulação a partir do pagamento da primeira parcela do 13º salário.

 

É essa perspectiva que motivou a decisão do Copom de manter a Selic em 13,75%, taxa que faz do Brasil o país com a mais alta taxa de juros reais (descontada a inflação), com 7,8%. Para o economista Nicola Tingas, consultor econômico da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimentos (Acrefi), a manutenção do juros básicos “sinaliza que o ambiente ainda carrega incertezas importantes, tanto no cenário internacional quanto no local, e que as hipóteses de queda da inflação terão que ser testadas mais à frente e que essa taxa (de juros) seja prorrogada por mais longo prazo”.

 

Além disso, Tingas lembra que o BC observa riscos fiscais tanto no Brasil quanto no mundo e também a elevação de taxas de juros em outras economias, o que pode afetar atração de capitais para o Brasil, para considerar a manutenção da Selic no patamar atual por mais tempo. “Os indicadores internos de preços ainda estão pressionados, embora alguns elementos tenham tido um alívio, a maior parte deles, como combustível, ligados à desoneração de tributos, mas ainda segue em patamar elevado e poranto mantém a política de juros nesse nível por um prazo prolongado, salvo alguma mudança que obrigue a mudar de posição”, diz Tingas. E juros elevados são amarra para o crescimento econômico.

 

Crédito

R$ 5,2 trilhões

 

é o salto das operações de crédito no Sistema Financeiro Nacional em setembro, com alta de 2,2%

 

Digital

De um montante de R$ 2 milhões em investimentos, o Sicoob Credicom destinou R$ 900 mil à construção do CREDICOMLab, um laboratório de inovação criado para acelerar projetos inovadores. “O cooperado terá a opção de nunca mais ir a uma de nossas agências. Afinal, o mundo está cada vez mais ágil e mais digital”, diz Daniel Magalhães, superintender de Estratégia, Finanças e Inovação da instituição.

 

Consumo

As promoções para estimular vendas ganharam um reforço que deve aumentar a interface entre o consumidor e os prêmios oferecidos por empresas para incentivar o consumo. Esse é o propósito do Minha.Promo, ferramenta da Incentive.me, plataforma tecnológica para campanhas de incentivo de vendas no país. A ferramenta captura os dados e faz a validação do cliente na promoção, facilitando a conversão.

 

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