O efeito da inflação elevada sobre o orçamento das famílias brasileiras nos últimos dois anos é maior do que fazem supor os indicadores macroeconômicos. O desemprego está em queda e fechou em 8,7% no trimestre encerrado em setembro, com um contingente de 9,5 milhões de trabalhadores desocupados, contra uma taxa de 13,1% no trimestre encerrado em agosto de 2021, quando o país tinha 14,4 milhões de desempregados. No intervalo de 12 meses, 4,9 milhões de brasileiros conseguiram emprego e renda. Apesar de o contingente de pessoas trabalhando de forma remunerada ter crescido nos últimos 12 meses, os indicadores de endividamento e ina- dimplência andaram na direção contrária.
O endividamento das famílias, que em maio do ano passado estava na casa de 60%, chegou a 79,3% em setembro, conforme dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Essa disparidade revela o estrangulamento no orçamento das famílias com os crescentes aumentos de preços, sobretudo dos itens alimentares. Com esse aperto, brasileiros passaram a fazer rodízio de contas, elevando assim a taxa de inadimplência, que passou de 24,3% em maio do ano passado para 25,6% em outubro de 2021 e chegou a 30% agora, maior percentual da série histórica da CNC.
Em termos absolutos, o total de brasileiros inadimplentes passou de 62,2 milhões em setembro de 2021 para 68,4 milhões agora, com acréscimo de 6,2 milhões de consumidores, segundo o Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas do Serasa. Juntos, os inadimplentes respondem por R$ 240,9 milhões de débitos em atraso, de um total de endividamento das pessoas físicas de R$ 295,7 bilhões. É sobre esse contingente que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, terá de atuar com estímulo à oferta de crédito a juros mais baratos ou subsídios para quitação das dívidas, para cumprir promessa de campanha.
A necessidade de socorro financeiro fica clara nos dados da pesquisa Raio-X dos Brasileiros em Situação de Inadimplência, realizada anualmente pelo Instituto Locomotiva em parceria com a MFM Tecnologia, empresa de tecnologia especializada nas áreas de crédito e cobrança. Pelo levantamento, feito em setembro, com 1.020 pessoas com mais de 18 anos em todas as regiões do país, o percentual de inadimplentes que afirmam ter certeza de que não quitarão os débitos subiu de 5% em 2021 para 17% agora, enquanto a fatia dos que acreditam ou têm certeza de que conseguirão pagar suas dívidas caiu de 73% para 59%. A pesquisa, feita entre 19 e 28 de setembro, revela ainda que 32% afirmam estar com dívidas em atraso, com 42% deles contraindo esses débitos nos últimos 12 meses e 45% entre dois e cinco anos.
Esse quadro pode se agravar ainda mais com o R$ 1,7 bilhão liberado às vésperas das eleições para os brasileiros beneficiados com os R$ 600 do Auxílio Emergencial, segundo apontam alguns economistas. Para o diretor de pesquisa do Instituto Locomotiva, João Paulo Cunha, em tese, esses recursos poderiam favorecer a redução da inadimplência com a troca de dívidas mais caras por outras mais baratas, mas os descontos das parcelas no caso dos consumidores que já estão cortando gastos tem impacto relevante. “Há uma potencialidade, mas não acredito que as pessoas vão entender e trocar de dívida, porque falta educação financeira e informação”, observa João Paulo.
Outro ponto importante e que precisa ser observado é o fato de o arrocho financeiro afetar não apenas o orçamento das famílias, mas também a saúde mental e a vida familiar dos endividados. Para 84% dos entrevistados, as dívidas afetam o seu estado emocional, sendo que 42% sentiram impacto muito forte. As dívidas tiram o sono de 81% dos endividados. “Isso mostra a importância de se combater a inadimplência, não apenas do ponto de vista de seus impactos na economia, mas também sociais. É nesse sentido que é preciso avançar com ações de educação financeira, além de facilitar as negociações das dívidas”, afirma o diretor de inovação e marketing da MFM Tecnologia, Luiz Sakuda.
Sem papel
Quatro prefeituras de Minas conseguiram abolir o uso do papel com investimentos em digitalização e uma economia que já passa dos R$ 30 milhões. As soluções digitais foram desenvolvidas pela GoyTech 1Doc, empresa que trabalha com atendimento, processos, comunicação e gestão documental para órgãos publicos. Campo Florido, Confins, Juiz de Fora e Visconde do Rio Branco são as cidades com destaque no estado.
Primeira conta
A primeira conta de luz gratuita é a oferta que a Cemig SIM vai oferecer para os clientes que aderirem ao plano da empresa do grupo Cemig que atua no mercado de energia solar por assinatura. A promoção vale para os clientes que aderirem ao plano entre 21 e 25 de novembro. Além da conta gratuita no primeiro mês de adesão, o consumidor terá o desconto de até 15% em relação à tarifa de energia da rede de distribuição.
Promoção
R$ 40 milhões.
É o valor do aumento de faturamento que a Drogaria Araújo espeta ter com as vendas da Black Friday deste ano