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Bra$il em foco

Bancos Centrais de todo o mundo focam no combate à inflação

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Apesar das pressões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da turbulência financeira internacional com a quebra de bancos nos Estados Unidos e a exigência da liberação de trilhões de dólares para salvar duas outras instituições, entre elas o Credti Suisse, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu ontem manter a taxa básica de juros em 13,75%, seguindo a expectativa do mercado financeiro e decisões tomadas pelo Banco Central Europeu (BCE), que elevou a taxa de juros em 0,5 ponto percentual na semana passada, para 3%, e do Federal Reserve (banco central dos EUA) que elevou ontem a taxa de juros em 0,25 ponto, para o intervalo ente 4,75% e 5%. Tanto nos EUA quanto na Europa a taxa de juros real são negativas, enquanto no Brasil o juro real continua sendo o mais alto do mundo.




 
As decisões mostram a determinação das autoridades monetárias em conter o avanço dos preços e trazer o índice de reajuste para as metas inflacionárias no médio prazo. No caso dos Estados Unidos, a alta de 0,25 veio abaixo da esperada de 0,5 ponto, revelando a preocupação com a percepção de risco após o baque no sistema financeiro norte-americano com a quebra do Silicon Valley Bank, o 16º maior credor do país e da intervenção no Signature Bank de Nova York. Além disso, grandes bancos dos EUA se comprometeram com uma ajuda de US$ 30 bilhões para salvar da falência o First Republic Bank. Ainda assim, o FED reconhece que o aperto monetário associado ao abalo nos bancos vai afetar o crédito.
 
Para Nicola Tingas, consultor econômico da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimentos (Acrefi), o Fed sinalizou que a política monetária tem de continuar por mais tempo para perseguir a meta de inflação em 2% ao ano por causa do mercado de trabalho ainda aquecido com uma inflação ainda muito elevada nos Estados Unidos. “Isso significa que vai manter os juros elevados por mais tempo e ao mesmo tempo reforça que os membros do comitê não veem queda de juros este ano”, afirma Tingas ao lembrar que se chegou a imaginar, no auge da crise dos bancos, que poderia haver redução de juros este ano.
 
No Brasil, apenas na divulgação da ata da reunião do Copom, se saberá se persiste a expectativa de que a Selic tenha redução este ano. O mercado aposta em cortes dos juros a partir de agosto, com a Selic chegando ao fim do ano em um patamar entre 12% e 12,75%. No texto para explicar a decisão, o Copom afirma que ela é “compatível com a estratégia de convergência da inflação para 2023 e 2024”, sendo que os cenários de inflação estão acima do esperado. Além disso, considera que é preciso monitorar o cenário de incerteza e volatilidade gerado com a crise dos bancos nos EUA.




 
Para Tingas, o comunicado do Copom, extenso e técnico, sinaliza que o BC não hesitará em retomar o ciclo de alta para fazer a inflação convergir para a meta em 2024 e ancorar as expectativas do mercado financeiro, mas também deixa a porta aberta para cortes a partir do momento que essa convergência for alcançada. “Como o Copom trabalha com cenário de seis trimestres e para o terceiro trimestre de 2024 o modelo sinaliza uma inflação de 3,18% e se atingir 3% ele terá alcançado os objetivos de desinflação e ancoragem das expectativas, o que ele não fala na ata e eu avalio que se esses objetivos forem alcançados ele pode baixar os juros já em maio ou junho”, afirma o consultor econômico da Acrefi. Ele reforça que embora o país ainda não viva uma crise de crédito, a inadimplência está em alta, o que pressiona por taxas de juros mais baixas.

Inovação

Empresa de Rio Pomba, na Zona da Mata mineira, a Davozzi inovou no mercado gastronômico e a partir de 2021 iniciou a comercialização de caldos de cozinha naturais líquidos para competir com os cubinhos. Em menos de dois anos a empresa levou eu produto chegou as 300 pontos de venda em 24 estados, faturando R$ 3 milhões. Para este ano a meta é dobrar o faturamento e aumentar a rede de distribuição para mil pontos no país.

Pesquisa

Pesquisa global encomendada pela BMC Software mostrou que em 2022, para 68% das companhias maduras, os investimentos em dados impactam positivamente no aumento dos lucros, enquanto 55% consideram que esses aportes elevam a satisfação dos clientes. A pesquisa, divulgada agora, foi feita pela S&P Global Market Intelligence, que ouviu 1.100 empresas em 11 países de todo o mundo, no ano passado.

Crédito

R$ 1 bi é o valor que pode chegar o apoio não reembolsável aprovado ontem pelo BNDES para financiar 250 mil famílias de agricultores familares do semárido nordestino