Depois de amargar retração nas vendas nos últimos meses, o varejo tem no Dia das Mães a esperança de reação em 2023. A data, a segunda melhor para o comércio depois do Natal, deve movimentar mais de R$ 30 bilhões em todo o país, com a maioria dos consumidores dispostos a desembolsar pelo menos o mesmo valor do ano passado, segundo levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise. O estudo mostra que aproximadamente 128,7 milhões de brasileiros devem presentear as mães, movimentando perto de R$ 33,2 bilhões.
E a data ganha o reforço do adiantamento do 13º dos pensionistas do INSS, que deve beneficiar cerca de 30 milhões de aposentados e injetar R$ 62 bilhões na economia brasileira. Parte desses recursos devem migrar para a regualização de dívidas da parcela de 78,3% das famílias brasileiras que estão endividadas, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviçios e Turismo (CNC) no mês de abril. Desse total 29,1% estão inadimplentes.
Esse cenário de endividamento elevado e taxas de juros altas, assim como a inflação e o desemprego vem afetando as vendas do comércio neste ano. Apenas no mês de janeiro o varejo registrou expansão. Depois de cair 2,8% em dezembro, o comércio teve aumento de 3,8% no primeiro mês de 2023. Em fevereiro, segundo o IBGE, houve recuo de 0,1% sobre janeiro, mostrando estabilidade. A Pesquisa Mensal do Comércio referente a março será divulgada pelo IBGE na próxima quarta-feira, mas o Índice Stone de Varejo registrou queda de 1,8% em relação ao mesmo mês do ano passado, enquanto indicador da Boa Vista mostrou retraçãode 16,4% sobre fevereiro, indicando que o comércio se ressente da conjuntura de desaceleração da economia.
No mês passado, o indicador da Stone, empresa de tecnologia e serviços financeiros, feito em parceria com ao Instituto Propague, mostrou um tombo de 7,7% nas vendas do comércio em relação a abril de 2022. “Abril foi um mês atípico, com feriados seguidos, o que costuma ter um impacto negativo no varejo, especialmente para os pequenos negócios. Muitos consumidores optam por fazer compras online ou viajar para destinos turísticos, o que pode resultar em uma redução do fluxo de clientes nas lojas físicas”, explica o pesquisador econômico e cientista de dados da Stone, responsável pelo levantamento, Matheus Calvelli.
A expectativa é de que as vendas possam registrar crescimento com os consumidores mais dispostos a presentear gastando mais. Levantamento do Mercado Pago, banco do Mercado Livre, com consumidores mineiros, mostra que 46% devem gastar mais com o presente para as mães este ano. Dos participantes do levantamento, 43% devem desembolsar entre R$ 100 e R$ 300 para presentear a mãe, enquanto 34% pretendem ficar no limite de R$ 100. Já um levantamento da Associação Comercial de São Paulo revelou que 51,8% dos brasileiros pretendem comprar presentes para o Dia das Mães, percentual que supera o registrado em 2022 (50%).
A pesquisa, feita com 1.663 consumidores em todo o país, revela ainda que 30,2% não pretendem mexer no bolso no Dia as Mães este ano e outros 18% ainda não haviam se decidido. No país, o percentual da população que pretende gastar mais este ano, de 41,2%, está abaixo do percentual de mineiros que planejam gastar mais até domingo. A faixa de preços dos presentes para a maioria dos brasileiros está R$ 50 abaixo da verificada em Minas. Em nível nacional, 78,8% pretendem gastar entre R$ 50 e R$ 300 com presentes na data. Apesar de os levantamentos mostrarem expectativa de mais gastos com presentes, a CNC está descrente por causa das altas taxas de juros, que impactam itens de maior valor que dependem de financiamento. A entidade fala em queda de 4,1%, somando R$ 13,17 bilhões, ou R$ 560 milhões a menos do que os R$ 13,73 bilhões registrados em 2022.
R$ 1 trilhão Cooperativas
É a capacidade de faturamento com o cooperativismo até 2027, segundo estatística da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB)
Sudeste
O PIB dos estados do Sudeste deve ter um crescimento de 1,2% este ano, superando a média prevista pelo mercado para o crescimento do país. Em 2022, segundo estimativa da 4intelligence, startup de soluções por meio de dados, a região teve crescimetno de 2,6% na geração de riqueza, mesmo com uma retração de 0,3% no quarto trimeste em relação ao terceiro trimestre do ano passado.
Cafezinho
No acumulado de 12 meses entre maio de 2022 e o mês passado, as exportações de cafés do Brasil totalizaram 36,64 milhões de sacas de 60 quilos, que geraram uma receita de US$ 8,44 bilhões. No período, o maior preço foi de US$ 243 a saca, em outubro do ano passado, enquanto o menor valor, registrado em fevereiro deste ano, foi de US$ 211,24. Com isso, o perço médo foi de R$ 230,35.