Com falta de investimentos suficientes para expandir e aprimorar sua infraestrutura de logística (portos, estradas, ferrovias, etc) e com uma estrutura tributária complexa e pesada sobre o setor produtivo, além de um emaranhando de regras em relação aos negócios e baixa eficiência da mão de obra, o Brasil convive há inúmeras décadas com o chamado Custo Brasil. E para se ter uma ideia do quanto a ineficiência custa para o país, o Movimento Brasil Competitivo (MBC) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) concluíram em um estudo que o Custo Brasil atinge o patamar de R$ 1,7 trilhão. O valor é R$ 200 bilhões maior do que foi medido pela primeira vez, em 2019. O número representa o custo do conjunto de entraves que pesam no ambiente de negócios nacional.
A conclusão do estudo é a repetição do alerta que empresários de todos os setores e economistas têm feito desde há pelo menos quatro décadas. “O número impacta na operação de empresas de diversos portes e segmentos, encarece preços e serviços, comprometendo investimentos e a geração de empregos no país”, diz o estudo, que foi apresentado na quarta-feira em Brasília no Primeiro Fórum de Competitividade. A estimativa apresentada no evento representa o valor adicional que as empresas brasileiras desembolsam por produzir no Brasil, em relação à média de custos nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O estudo leva em conta todo o ciclo de vida de uma empresa, com base em indicadores de 12 áreas vistas como essenciais para a competitividade do setor empresarial. Em relação ao PIB de R$ 9,9 trilhões em 2022, o Custo Brasil representa 17,2% de tudo que é produzido no país. Embora tenha um valor maior, o percentual do Custo Brasil caiu em relação a 2021, quando foi de 19,5%. Segundo Rogério Cauby, conselheiro executivo do MBC, “apesar do crescimento nominal, o número apresentou estabilidade em termos reais, justificado pela inflação do período e pela pequena variação dos gaps (lacunas) comparativos entre o Brasil e os países da OCDE”. Apenas a união de esforços das iniciativas pública e privada será capaz de reverter esse quadro de dificuldades.
O número que mede a ineficiência da economia brasileira é apenas um dos indicadores que o governo está recolhendo para traçar um plano para reduzir o Custo Brasil. Até ontem, uma audiência pública colheu sugestões e propostas da sociedade, órgãos e entidades da União, dos estados e municípios para definir as normas que elevam os custos ou são inadequadas à atividade economia brasileira. De acordo com a secretário de Competitividade e Política Regulatória do MDIC, Andréa Macera, “o primeiro passo foi ter um indicador para que a gente pudesse mostrar os avanços em torno do tema”, sendo que agora serão identificados os gargalos para removê-los. “É nosso papel atuar de forma assertiva, propondo alterações ou simplificações normativas que se traduzam em aumento da competitividade do setor produtivo brasileiro”, frisa Macera.
Um dos pontos que o estudo aponta como crítico e com maior impacto sobre o PIB está relacionado ao item Empregar Capital Humano, que trata da qualificação da mão de obra, dos encargos e processos e encargos jurídicos, o que leva a baixa qualificação de mão de obra a ser o fator de maior peso, correspondendo a 8% do Custo Brasil. Em relação a Dispor de Infraestrutura, o Brasil ainda está bem distante dos países da OCDE, mas conseguiu avançar em mais de 30% no acesso à banda larga em todo o país. Já com relação ao custo logístico uma melhora na média da OCDE aumentou a distância do Brasil para os países do bloco, apesar de o quesito ficar estável no país. Outro indicador absurdo é na hora de Honrar Tributos. São necessários 62 dias e meio para uma empresa brasileira fazer a preparação dos impostos, contra 6 dias na OCDE.
R$ 1,18 trilhão
É o valor consolidado do patrimônio dos fundos de pensão em 2022, segundo informou a Abrapp. O valor representa crescimento de 6% sobre 2021.
Inovação
O universo da inovação vai se encontrar em Belo Horizonte no final do mês que vem no Minas Summit, evento que reunirá grandes nomes da área, corporações, startups, investidores e acadêmicos e terá uma edição especial no estado. A iniciativa de realizar o evento, da FCJ Venture Builder, conta com apoio do governo de Minas, da Prefeitura de Belo Horizonte e da Associação Brasileira de Startups ( Abstartups), entre outros.
Multiatendimento
Com investimentos da ordem de R$ 5 milhões, a Alctel desenvolveu e lançou uma plataforma para atendimento de clientes em multicanais destinada a operações de “contact center” e call center. “Ela pode reduzir em 30% os custos de atendimento”, estima Sérgio Lima, CEO da Alctel. Além da solução, disponível na Contacrfy, a empresa quer entrar na segurança de dados