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BRA$IL EM FOCO

Volta do crédito pode ser alavanca do crescimento econômico

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Aprovado na Câmara dos Deputados, o Programa Desenrola já resultou da retirada de 7,5 milhões de nomes da lista de consumidores negativados e entrou na sua segunda fase em julho e pode estar contribuindo para redução do nível de endividamento das famílias brasileiras, que voltou a cair em agosto e fechou o mês em 77,4%. A redução ocorre pelo segundo mês consecutivo, segundo a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Mas se há menos famílias endividadas, as que permanecem nessa situação demonstram estar com mais dificuldades para honrar seus compromissos. A mesma pesquisa mostra que aumentou com a proporção de famílias com dívidas atrasadas, chegando a 30%. com 12,7% admitindo que não conseguirão pagar as contas atrasadas, percentual recorde. O grande vilão é o cartão de crédito, responsável pelo endividamento de 85,5% dos consumidores com débito.





A pesquisa também revelou que o tempo médio de comprometimento com dívidas é de 6,9 meses e que o comprometimento da renda com dívidas chega a 29,9%. A situação é crítica porque o endividamento elevado e as dificuldades em honrar compromissos dos consumidores afetam diretamente a demanda, desacelerando a economia. Os dados indicam que, além de negociar dívidas, é necessário adotar iniciativas de promoção da educação financeira dos endividados, de forma a evitar que esgotem sua capacidade financeira. Instituições financeiras e de proteção de crédito. A Serasa, para estimular o uso do seu aplicativo e oferecer a possibilidade de educar os devedores, lançou uma promoção que vai sortear R$ 100 mil nos próximos dois meses e a consultoria financeira de um especialista na transformação de hábitos econômicos.

É apenas uma iniciativa lançada esta semana, mas marca a intenção de caminhar no sentido de se iniciar um processo de educação dos consumidores, sobretudo os de menor renda, que convivem diariamente com a dificuldade de encaixar a renda nos gastos mensais. Liberar a capacidade de crédito dos brasileiros é uma das ferramentas para acelerar o crescimento da economia brasileira no pós-pandemia. Um estudo recente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançado também nesta semana mostra o impacto do impulso do crédito e as concessões líquidas em relação ao PIB e a variação da atividade econômica. O estudo mostra que, à exceção de 2003, o impulso de crédito foi positivo no Brasil entre 2002 e 2008 e teve papel decisivo na ampliação do emprego formal e da renda, o que possibilitou crescimento econômico com estabilidade de preços.

O estudo mostra que num movimento contínuo, o maior volume de crédito ocorre em momentos posteriores aos de crise e contribui para o crescimento da atividade econômica, que por sua dinâmica impulsiona a concessão de empréstimos. Como a saída da pandemia de COVID-19, que forçou a inédita paralisação de praticamente todas as atividades econômicas, a correlação entre crédito e crescimento econômico não ocorreu, uma vez que houve muita liquidez no primeiro momento e a atividade econômica recuou. A expectativa do BNDES é de que, passado o período de transição da economia para a total normalidade, o crédito volte a ser alavanca do crescimento econômico. E cuidar para que esse crédito não volte a escassear começa com a educação financeira dos consumidores.





Na safra

R$ 15 bilhões

É quanto a Cooperativa de Crédito Cresol deve desembolsar na safra 2023/2024. O valor é 80% maior do que o desembolso do ano passado.

Nos mares

A temporada de cruzeiros marítimos no Brasil em 2022/2023 foi a maior da década e injetou R$ 5,1 bilhões na economia brasileira, segundo o Estudo de Perfil e Impactos Econômicos de Cruzeiros Marítimos no Brasil – temporada 2022/2023, da CLIA Brasil e a Fundação Getulio Vargas. Forma nove navios percorrendo 17 destinos no Brasil, com 802,76 mil turistas embarcados. Esse movimento gerou 79.567 postos de trabalho no Brasil.

Ataques

O Brasil é o país da América Latina mais visado para ataques em dispositivos móveis (celulares e tablets), com 1,2 milhão de ocorrências, de acordo com o novo Panorama de Ameaças de 2023, da Kaspersky, empresa global de cibersegurança e privacidade digital. Os números colocam o Brasil como o quinto país mais afetado pelos ataques cibernéticos. Segundo a empresa, as principais ameaças são apps que exibem propaganda indesejada.