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Brasil pode entrar na nova corrida espacial pela comunicação por satélite

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Uma das tecnologias que vão ganhar força a partir do próximo ano é o espaço como a nova fronteira da internet de ultravelocidade e transmissão de megadados. O New Space, como vem sendo chamado, abre as portas para o Brasil se posicionar no mercado espacial, que é liderado agora pelas big techs, como a Starlink e Star X, do bilionário Elon Musk e Amazon Kuiper, do também bilionário Jeff Bezos. Este ano a Amazon anunciou investimentos da ordem de US$ 10 bilhões em seu projeto de internet por satélite. Todo esse investimento e corrida ao espaço vai ganhar força a partir do ano que vem, com a massificação da nova geração de satélites de baixa órbita (LEOs), que operam em órbitas a 500 quilômetros até 1.500 quilômetros da Terra, enquanto dos satélites geoestacionários, que estão há 36 mil quilômetros da terra.





“O Brasil tem potencial para se posicionar neste mercado estratégico com uma ação conjunta do governo, do setor produtivo e da academia”, afirma o professor da Universidade de Brasília (UnB) Renato Alves Borges e coordenador da missão que projetou, desenvolveu, produziu e lançou no ano passado o nano satélite de órbita baixa Alfa Crux de comunicação e monitoramento. Engenheiro eletricista e membro sênior do Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), Renato diz que todo o projeto envolveu investimentos da ordem de R$ 2,2 milhões, financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF). O projeto contou com o apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB). Para ele, o Brasil pode se valer da tecnologia da nova geração de satélites para aproveitar nichos de mercado, como observação climática e monitoramento remoto e assim se posicionar de forma a não ficar totalmente refém das empresas estrangeiras.

A mudança em curso pode levar acesso à internet a todos os locais do Brasil e ainda permitir o acesso à web em trens, aviões e navios de forma mais segura e com mais velocidade. Até o início dos anos 2000, toda a comunicação feita sem o uso de redes terrestres era realizada por satélite geoestacionário, que funcionava como um espelho refletor de sinais enviados da terra que são disseminados por país ou continentes. São estruturas que pesam cerca de 5 toneladas e que exigem cerca de três anos para desenvolvimento e produção e investimentos da ordem de R$ 250 milhões para lançamento em foguete de um ou dois satélites. A nova tecnologia, diz o professor Renato Borges, pesa entre 1 Kg e 10 kg e pode ser lançada de foguetes da Space X, da Virgin Orbit ou Blue Origin.

Para se ter ideia de como o espaço está sendo ocupado, segundo o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Telecomunicações por Satélite (Abrasat), Mauro Wajnberg, o Brasil tem hoje 43 satélites geoestacionários, com 15 deles ocupando posições no espaço cedidas ao governo brasileiros e os outros operados a partir de faixas no espaço outorgadas a outros países e conta ainda com sete constelações de satélites que atuam na comunicação e conectividade. Em entrevista ao canal Cenas Digitais, em junho deste ano, ele observou que o desenvolvimento tecnológico e a redução de custos dos satélites de órbita baixa, das antenas eletrônicas que captam os sinais dos satélites em movimento na órbita, a possibilidade de lançamento em foguetes que tem partes aproveitáveis em novos lançamentos e o ingresso do capital privado criou um ambiente que vem sendo considerado como o new space.





Este ano, o primeiro nanossatélite da indústria brasileira foi lançado ao espaço, numa parceria entre o Senai de Santa Catarina, a Visiona Tecnologia Espacial – joint venture entre Embraer e Telebras, em um foguete da Space X, na Base de Vandenberg, na Califórnia nos Estados Unidos. O VCUB1 é um nano satélite de observação da Terra e coleta de dados projetado pela indústria nacional e busca testar o software embarcado nele para projetos de satélites maiores. O uso do software é a nova vantagem da tecnologia, pois permite ajustes nos satélites por meio remoto, assim como a interconexão deles em uma constelação. É o início de uma nova era que vai deslanchar rapidamente no próximo ano.

Celulares 5G


11,4 milhões - é o número de aparelhos conectados na rede 5G no Brasil após um ano da ativação da tecnologia o que coloca o país como o 5º no mundo, com 5,3% das conexões

Tendências

Desenvolvimento de wearables (vestuários conectados ou com sensores) voltados para a saúde preventiva, evolução de sistemas de combate a ataques cibernéticos diante do avanço da inteligência artificial e uso de ambientes digitais para simular processos industriais e procedimentos cirúrgicos são tendências tecnológicas para os próximos anos, segundo mostraram especialistas do IEEE, na Futurecom 2023, esta semana.

Acelerando

 
Em setembro foram comercializados 1.183.680 veículos seminovos no país, segundo dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto). Com isso, no acumulado do ano as vendas chegam a 10,63 milhões de seminovos vendidos, o que representa um crescimento de 8,8% em relação a igual período do ano passado. Em Minas Gerais, foram 149.660 automóveis negociados em setembro.