O Brasil corre o risco de se transformar em um Estado pária na comunidade internacional. A ação do presidente Jair Bolsonaro é desastrosa para os interesses nacionais. Criou problemas com o Paraguai e quase levou o presidente daquele país a um processo de impeachment. Deixou como herança um grande problema a ser resolvido em 2023, quando da renovação do tratado de Itaipu. Certamente os paraguaios vão reivindicar um valor mais alto para a venda da energia gerada na usina e isto deverá causar dificuldades para se chegar a um novo acordo. Tudo amplificado pela desastrosa manobra patrocinada por Bolsonaro.
Aproveitou também para se imiscuir no processo eleitoral argentino. Perdeu feio.
A agressão gratuita a um (futuro) chefe de Estado de uma nação amiga – e nossa terceira parceira comercial – é caso único na nossa história. Aproveitou para também ameaçar a retirada do Brasil do Mercosul.
Todas as manifestações ocorreram sem que houvesse qualquer motivo. Mais uma trapalhada, isso só para ficarmos na América do Sul, foi o reconhecimento do “governo” de Juan Guaidó, isso quando o autoproclamado presidente não dominava sequer um centímetro de território.
Desta forma, o Brasil perdeu a chance de participar, como mediador, da solução da crise venezuelana.
Sem conhecer a complexidade dos problemas do Oriente Médio, Bolsonaro resolveu advogar a transferência da nossa embaixada para Jerusalém. Fez uma viagem a Israel absolutamente inútil. Sequer organizou uma agenda de trabalho digna de um presidente do Brasil. Nada obteve de concreto. Somente a animosidade dos países árabes, grandes compradores das nossas mercadorias. Acabou, felizmente, esquecendo do assunto.
Contudo, na semana passada, resolveu apoiar o pleito americano para considerar o Hezbollah um movimento terrorista. Como é sabido, a organização controla o sul do Líbano, justamente onde estão tropas brasileiras a serviço da ONU. É mais uma ação irresponsável do Itamaraty, sem qualquer ganho para a nossa diplomacia. A decisão acabou sendo adiada. Mas demonstra a irresponsabilidade governamental e a subserviência aos ditames da Casa Branca.
Contudo, na semana passada, resolveu apoiar o pleito americano para considerar o Hezbollah um movimento terrorista. Como é sabido, a organização controla o sul do Líbano, justamente onde estão tropas brasileiras a serviço da ONU.
Mas o pior estava por vir. O Brasil conseguiu ao longo deste século construir uma imagem – com base em ações eficazes – positiva sobre a exploração da Amazônia. Não foi tarefa fácil. Contudo, em apenas alguns dias Jair Bolsonaro jogou tudo abaixo.
Desconsiderou o trabalho científico na região, atacou o Inpe – instituição científica de reconhecimento internacional –, desprezou a ação do Ibama, transformou as Ongs que atuam na Amazônia em instrumentos de interesses estrangeiros (e responsáveis pelas queimadas!!), recusou a receber os recursos da Fundo Amazônia e incentivou a ocupação das terras indígenas por mineradores. Foi a maior ofensiva contra a Amazônia neste século. Não apresentou nenhuma prova sobre quaisquer das acusações. Usou e abusou de fake news.
Transformou o nosso país em uma ameaça ao meio ambiente mundial ao associar o Brasil à devastação da Amazônia. Não se sabe quando deverá terminar a crise. Tudo indica que o período mais turbulento deva estar próximo do fim. Mas o dano à nossa imagem é irreparável. Nós nada ganhamos – só perdemos. Nada permite supor que haverá uma política responsável para a região.
É provável que o prejuízo econômico às nossas exportações seja grande. Seus efeitos já poderão ser medidos no próximo ano, mas, com certeza, haverá, ainda no próximo quadrimestre, ações de boicote, na Europa, aos produtos brasileiros.
Para piorar ainda mais a nossa reputação, Bolsonaro atacou a esposa do presidente francês. Aquilo que costumeiramente faz internamente, sem receber o devido repúdio, desta vez a reação, como seria de se esperar, foi péssima. Nunca um chefe de Estado na história do Brasil agiu de forma tão vulgar.
Desconsiderou o trabalho científico na região, atacou o Inpe – instituição científica de reconhecimento internacional –, desprezou a ação do Ibama, transformou as Ongs que atuam na Amazônia em instrumentos de interesses estrangeiros (e responsáveis pelas queimadas!!), recusou a receber os recursos da Fundo Amazônia e incentivou a ocupação das terras indígenas por mineradores. Foi a maior ofensiva contra a Amazônia neste século. Não apresentou nenhuma prova sobre quaisquer das acusações. Usou e abusou de fake news.
Transformou o nosso país em uma ameaça ao meio ambiente mundial ao associar o Brasil à devastação da Amazônia. Não se sabe quando deverá terminar a crise. Tudo indica que o período mais turbulento deva estar próximo do fim. Mas o dano à nossa imagem é irreparável. Nós nada ganhamos – só perdemos. Nada permite supor que haverá uma política responsável para a região.
É provável que o prejuízo econômico às nossas exportações seja grande. Seus efeitos já poderão ser medidos no próximo ano, mas, com certeza, haverá, ainda no próximo quadrimestre, ações de boicote, na Europa, aos produtos brasileiros.
Para piorar ainda mais a nossa reputação, Bolsonaro atacou a esposa do presidente francês. Aquilo que costumeiramente faz internamente, sem receber o devido repúdio, desta vez a reação, como seria de se esperar, foi péssima. Nunca um chefe de Estado na história do Brasil agiu de forma tão vulgar.
Os áulicos do Palácio do Planalto aplaudiram todas as patéticas ações de Bolsonaro. Deram até um verniz nacionalista. O Itamaraty ficou à margem de todo o processo. Poderia ter tomado a iniciativa diplomática e proposto uma reunião dos países amazônicos. Preferiu o silêncio. O ministro do Meio Ambiente manteve a coerência: disparou sandices a todo instante. O ministro da Ciência e Tecnologia escafedeu-se. Poderia ter apresentado dados científicos sobre a floresta.
Optou, mais uma vez, pela omissão. O Congresso Nacional deveria ter algum tipo de participação em todo o episódio. Em mais uma demonstração da crise de lideranças que vivemos, os parlamentares assistiriam a tudo como espectadores privilegiados. Até quando o Brasil vai suportar as irresponsabilidades de Jair Bolsonaro?
Optou, mais uma vez, pela omissão. O Congresso Nacional deveria ter algum tipo de participação em todo o episódio. Em mais uma demonstração da crise de lideranças que vivemos, os parlamentares assistiriam a tudo como espectadores privilegiados. Até quando o Brasil vai suportar as irresponsabilidades de Jair Bolsonaro?