Frutos do cerrado mineiro, a exemplo do pequi, o rei desse vasto e diverso bioma, sustentam nova onda criativa de sabores e aromas das cervejas artesanais de Minas Gerais, que prometem multiplicar os negócios num promissor fim de ano, a despeito da crise da economia brasileira. O ritmo de crescimento esperado em 2019 é farto, – de 20% –, e tende a consolidar a presença da bebida nas ceias de Natal e ano-novo, desbancando a sofisticada tradição do vinho durante as festas. Os supermercados já haviam identificado o avanço da produção cervejeira no consumo de 2018 e, agora, lançaram aposta de aumento de vendas do segmento superior ao esperado para os vinhos, segundo pesquisa recente da Associação Mineira dos Supermercados (Amis).
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Uma vez alcançada, a expansão das microcervejarias de Minas vai confirmar os passos largos dados nos últimos anos, depois que o estado passou a ser conhecido como a Bélgica brasileira. O reconhecimento foi reflexo de dois fatores associados, a inovação e a criatividade nas receitas, como avalia Marco Antonio Falcone, vice-presidente do Sindicato da Indústria de Bebidas de Minas (SindBebidas) e representante dos produtores na Câmara Setorial para a Cadeia Produtiva da Cerveja, instalada na semana passada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
As cervejas artesanais, produzidas hoje por uma centena de microcervejarias em Minas, conquistaram público com demanda que as próprias marcas lançaram, estimuladas pela valorização da gastronomia mineira. “É um público novo que passou a ser atendido e foi conquistado. A cerveja artesanal harmoniza melhor do que qualquer vinho com as receitas da nossa gastronomia, da comida suave àquela picante”, afirma Marco Falcone.
Para quem duvida disso, Falcone, um dos pioneiros da produção artesanal em Minas e principal executivo no comando da Falke Bier, sugere o desafio de experimentar duas versões: uma cerveja artesanal de qualidade, feita de malte queimado e harmonizada com queijo gorgonzola; e outra opção, combinando a bebida de sabores cítricos harmonizada com queijo mineiro sem cura.
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O embrião do polo de cervejarias artesanais, no estado, surgiu em 2006 e responde pela produção de 3 milhões de litros por ano. A diversidade também merece destaque. De duas únicas versões no passado – clara e escura – o setor partiu para os atuais 160 estilos e, claro, não sem passar por dificuldades frequentes do empreendedorismo no Brasil, marcado pela abertura de negócios sem infraestrutura que os sustente e o fechamento precoce.
O esforço tem angariado, como recompensa, o consumo crescente. “É incessante e acreditamos que vai continuar assim, porque a procura tem aumentado. A nossa perspectiva de crescimento é absurda”, afirma o vice-presidente do SindBebidas. As estimativas são de que Minas representa o terceiro mercado em volumes de produção, seguindo o Rio Grande do Sul e São Paulo, nesta ordem, e a segunda posição no ranking do consumo, liderado pelos gaúchos. Maior polo produtor do estado, o Jardim Canadá, em Nova Lima, na Grande BH, tem sido considerado o vice-líder no Brasil, só perdendo para o Bairro Anchieta, em Porto Alegre.
Apoiados por programas de capacitação, empreendedores das cervejas artesanais têm se fortalecido em outros municípios do estado, como Pouso Alegre e São Lourenço, no Sul do estado; Uberlândia, no Triângulo Mineiro; Patos de Minas, no Alto Paranaíba; Juiz de Fora, na Zona da Mata; e Montes Claros, no Norte de Minas. Não faltam obstáculos aos investimentos, segundo o setor, que pretende discutir, num movimento organizado dentro da câmara setorial criada no Ministério da Agricultura, a perspectiva de redução de impostos e incentivos a novos produtores.
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A concorrência também é voraz, lembra Falcone. “Nesta época do ano, enfrentamos um bloqueio muito grande dos fabricantes de garrafas, que nos deixam sem o produto. A nossa cerveja fica nos tanques, uma forma de as grandes cervejarias nos bloquearem”, reclama. As referências do mercado de consumo da cerveja são, de fato, auspiciosas. A produção brasileira total de cerveja alcança 14 bilhões de litros por ano e as cervejas artesanais ainda engatinham, respondendo por 2% desse bolo. Nos Estados Unidos, elas somam exatos 18%.
Estrela
26,2%
Foi o crescimento das vendas do varejo de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação no estado em setembro, frente ao mesmo mês do ano passado,segundo o IBGE
Jabuticaba vitoriosa
A produção de derivados de jabuticaba em Sabará, na Grande Belo Horizonte, já se transformou em negócio e as melhores receitas dessa culinária antiga e tradicional da cidade histórica serão premiadas hoje, durante o Festival da Jabuticaba, que se estende até domingo. Foram 48 inscrições na disputa pelo título. Com inspiração no valor dos queijos, do café e da cachaça de Minas, a festa da fruta em Sabará contará com a participação de 17 chefes de cozinha. O evento movimentou R$ 3 milhões em quatro dias na edição de 2018.
Rede em expansão
Franqueadora de uma rede com mais de 200 clínicas e 2.550 dentistas em 16 estados, a Odontoclinic está ampliando sua atuação em Minas Gerais. Depois de inaugurar unidade na capital mineira, este mês, prepara aberturas em Uberaba e Cambuí para dezembro. As clínicas atendem a várias especialidades, entre elas ortodontia, prótese, implantes, clareamentos e periodontia. Para este ano, a empresa projeta faturamento de R$ 219 milhões, cifra 15,27% superior ao resultado obtido no ano passado.
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