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Estado de Minas MINAS EM FOCO

Quanto pesa a inflação de BH no bolso do consumidor

O gasto, na capital mineira, apenas com a cesta básica levou 42,8% do salário mínimo e obrigou o trabalhador a cumprir jornada de 86 horas e 46 minutos


postado em 27/12/2019 04:00 / atualizado em 27/12/2019 07:47

O aumento no preço da carne bovina acelerou a inflação na capital mineira e pesou no orçamento das famílias neste final de ano (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press 3/6/18)
O aumento no preço da carne bovina acelerou a inflação na capital mineira e pesou no orçamento das famílias neste final de ano (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press 3/6/18)

Os supersticiosos de plantão costumam trabalhar com afinco nestes dias, determinando metas ambiciosas para o novo ano, mas é melhor não se deixar enganar. O aguardado 2020 prenuncia mais dificuldades, diante da recuperação muito lenta da economia. Nada fácil compartilhar o balanço positivo de 2019 feito pelo presidente Jair Bolsonaro.

O país terminou 2019 metido numa realidade de indicadores de preços e de emprego, na qual o consumidor tem de fazer certo esforço para se encaixar. A inflação está controlada. Contudo, o arroz com feijão não custa menos de R$ 16, mesmo que o consumidor encontre esses produtos em oferta nas grandes redes de supermercados. As carnes encareceram ao ponto de o cliente ter de pagar, no açougue, R$ 42 pelo quilo de uma simples chã de dentro.

Quando considerada a despesa típica, em Belo Horizonte, com a cesta de produtos básicos, foi preciso desembolsar, em novembro, R$ 393,58, segundo o Dieese. O gasto, na capital mineira, levou nada menos de 42,8% do salário mínimo e obrigou o trabalhador a cumprir jornada de 86 horas e 46 minutos só para colocar a comida na mesa.

Nada indica que haverá alívio no bolso das famílias, já puído, pelo menos neste começo de 2020. A carne tem mostrado seus pulos desde novembro e não está sozinha. Despesas com condomínio, plano de saúde e a conta de energia também despontaram na inflação deste ano, medida de janeiro a novembro pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da Fundação Ipead, vinculada à UFMG.

Numa competição indesejável com as carnes, condomínio, plano de saúde e energia ficaram muito mais caros que a média de reajuste de preços, com aumentos de 7,83%, 7,35% e 14,17%, respectivamente, ao passo que o IPCA variou 4,10% neste ano. É para esses produtos que Thaize Martins, coordenadora de pesquisas da Fundação Ipead, chama a atenção das donas de casa. E, ainda assim, não vamos nos esquecer daquelas contas tradicionais de começo de ano que inflam o bolso, como IPTU, IPVA e material escolar.

“Esperamos que a inflação de 2019 tenha encerrado dentro da meta (entre 4,25% e 5,75%) e para 2020 a previsão é de uma inflação ainda sob controle, mas que terá meta reduzida para o intervalo de 4% a 5,5%”, avalia Thaize. Perante os mistérios da inflação de 2020, o momento de preces e promessas para o ano que vem não deve desprezar o conservadorismo nas despesas, e a fuga a todo custo do endividamento.

Quem apostaria em valorização da renda do trabalho? O rendimento médio real habitualmente recebido pelos brasileiros foi de R$ 2.317 no trimestre de agosto a setembro, de acordo com o IBGE, tendo mostrado estabilidade ante o trimestre anterior e em relação ao mesmo período do ano passado. Em Minas Gerais, a renda média, descontada a inflação, está em R$ 1.879, com base em dados de pesquisa mais recente, até setembro, do IBGE.

Os governos federal e estadual têm comemorado a elevação do emprego com carteira no Brasil. No entanto, 1,123 milhão de mineiros, dentro do universo de 12,515 milhões de brasileiros desempregados, não conseguem se ver contemplados nesse movimento muito fraco do mercado formal de trabalho. Até os analistas de bancos e corretoras, acostumados a revirar projeções sobre o comportamento dos indicadores econômicos, não seriam capazes de dizer o que será da renda e do consumo nos próximos meses. Que venham menos surpresas para o orçamento e os objetos de desejo em 2020.


Como entender


R$354,6 bilhões foi quanto gastaram as famílias brasileiras com saúde em 2017, enquanto o governo desembolsou R$ 253,7 bilhões

Ninguém vê

Uma lista curiosa, e até certa medida surpreendente, mostrou deflação em BH entre janeiro e novembro de sete grupos de despesa: luva para limpeza            
(-6,93%), brócolis          
(-3,64%); abóbora        
(-12,24%); mandioca  (-21,01%); e calça e camisa infantis              
(-23,77%). O efeito das quedas, contudo, é pequeno por se tratar de produtos com pouco peso na formação do IPCA.

No Brasil

Os gastos com saúde alcançaram R$ 608,3 bilhões no Brasil em 2017, representando 9,2% do PIB, o conjunto da produção de bens e serviços do país. A conta foi divulgada ontem pelo IBGE e indicou queda frente a 2016, quando a despesa consumiu 9,3% do PIB. Foi o primeiro retrocesso nos gastos com saúde desde 2011, com base na chamada Conta-satélite de Saúde, do IBGE.
 

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