Ainda sem horizonte para conter o dramático avanço do novo coronavírus e estruturar reação da economia à crise que se agravou neste ano, o governo deveria aprender com o vigor de investimentos que continuam a ser feitos por segmentos menos afetados pelos efeitos da COVID-19. Em Belo Horizonte, 212 pessoas estão recém-empregadas na loja de ingresso na capital mineira da rede de hipermercados ABC, de Divinópolis, no Centro-Oeste do estado. A sexta maior empresa do ramo no país – Supermercados BH – inaugurou, em 2020, unidades em Bocaiuva, no Norte do estado; Contagem, na Região Metropolitana da capital; e Piumhí, no Centro-Oeste. Agora, também nessa região, anuncia nova loja em Carmo do Cajuru.
Da mesma forma, a despeito do cenário conturbado, a rede supermercadista Coelho Diniz investiu, desta vez, em um centro de distribuição aberto em junho no município de Governador Valadares, no Leste de Minas. Em todo o estado, o setor supermercadista abriu 20 lojas de janeiro a junho e criou 1.861 postos de trabalho, de acordo com balanço feito pela associação das empresas, a Amis. No começo do ano, antes do surgimento da doença, a expectativa para este ano era de aportes de R$ 700 milhões em 75 lojas, com abertura de 8 mil postos de trabalho.
Frente ao primeiro semestre de 2019, percebe-se queda do número de unidades e vagas – foram 22 lojas e 2.154 empregos criados de janeiro a junho do ano passado –, mas, ainda assim, a expansão, agora, é o melhor que o país poderia esperar. A Amis observa que as lojas abertas em 2019 tinham extensão maior que as atuais, o que ajuda a explicar número médio superior de contratações.
Outros dois detalhes são importantes para entender o movimento do setor, que, pelas características de ramo essencial da economia, mantém portas abertas desde o início do isolamento social. Os supermercados precisaram reforçar o quadro de pessoal para cumprir as exigências de higienização nas lojas e atendimento especial de empregados e clientes. De outro lado, uma vez confinado, o consumidor tem buscado o serviço de comércio eletrônico, incrementando também os sistemas de entrega a domicílio.
Os resultados da Pesquisa Mensal do Comércio, do IBGE, relativos a maio, confirmam a fase de expansão do setor. Em Minas, as vendas dos hipermercados e supermercados tiveram o melhor desempenho, com crescimento de 10% frente a maio de 2019, e de 4,2% no acumulado do ano, quando comparado a idêntico período do ano passado. Na média das vendas do comércio varejista, houve retração de 1,2% no estado. De janeiro a maio, o recuo foi de 3,2%.
A geração de empregos é o que mais deveria preocupar o governo neste momento. Ir além da renovação da suspensão de contratos de trabalho e redução de salários. Que planos o Ministério da Economia está estudando para estimular a volta das contratações e os setores que mais têm condições de ampliar investimentos e fazer girar a engrenagem do consumo no mercado interno?
Não é por falta de estatística produzida pelo próprio ministério que a equipe econômica não possa se adiantar a esse tipo de medida. De janeiro a junho, 441.820 pedidos foram feitos em Minas, acréscimo de 53.674 ante o primeiro semestre do ano passado.
A diferença representa impressionante avanço de 13,82%. Na média nacional, houve aumento de 14,7% dos requerimentos de seguro-desemprego no período. Recorreram ao benefício no primeiro semestre mais de 3,9 milhões de brasileiros, 507,8 mil a mais que o verificado de janeiro a junho de 2019. Embora tenha havido queda de maio para junho (de 960.309 para 653.160), há de se considerar que o acumulado de requerimentos assusta. Em Minas, foram requeridos 70.333 benefícios no mês passado, após o pico de 100.339 em maio, e ainda superiores aos 86.020 em abril. Na comparação de junho com o mês de 2019, foram 22,2% de requerimentos adicionais.
Há vagas
200 é o número de oportunidade abertas pela multinacional CI&T para o seu programa de estágio 2021 em Belo Horizonte e Campinas (SP). Inscrições até dia 31
Liderança feminina
A VLI, empresa de logística que opera terminais, ferrovias e portos, pretende elevar a pelo menos 30% até 2025 a participação de mulheres em cargos de gerência e alta liderança na organização. Esse percentual, hoje, é de 15,7% dos níveis de gerência à diretoria. Outra meta é a inserção mínima de 50% de mulheres nos programas de estágio, trainee e jovem aprendiz. A VLI é uma das empresas que assumiu o compromisso “Equidade é Prioridade”, iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) por meio do Pacto Global, com o objetivo de promover a equidade de gênero no trabalho.