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Mina$ em foco

Cafés do Norte de Minas, Jequitinhonha e Mucuri se destacam em 2021

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Nem o rico Sul de Minas Gerais, nem o produtivo e festejado cerrado. O avanço notável da produção de café, símbolo da prosperidade e da força da agricultura estadual, surge na região abrangida pelo Norte e os vales do Jequitinhonha e Mucuri. É dessa porção mineira, em geral, esquecida das políticas públicas, sacrificada pela seca e pobreza históricas, que se espera, em 2021, excepcional desempenho da oferta do grão, carro-chefe das lavouras e das exportações do estado.





O 2º Levantamento de safra deste ano feito pela Conab destaca a região como a única que apresenta estimativa de ampliação de volume da temporada. Embora responda por parcela ainda modesta da produção cafeeira de Minas (de 3,9% do total), as lavouras do Norte, Jequitinhonha e Mucuri devem comemorar crescimento frente ao resultado de 2020 de 29,6% da safra, que deverá alcançar 911,1 mil sacas de café beneficiadas. A extensão das plantações também tende a crescer, ocupando 29.871 hectares, acréscimo de 19,1%.

A produtividade indica outro avanço importante. Deve atingir 30,5 sacas por hectare, melhor estimativa entre todas as regiões produtoras do estado, 8,8% maior na comparação com a safra de 2020. Os números vão na contramão da queda de 32,6% da produção mineira de café em 2021, período de bienalidade negativa da cultura e no qual a crise hídrica se junta ao estresse natural da planta.

A safra total de Minas foi prevista em 23,344 milhões de sacas de café beneficiadas e deve sofrer mais que a produção do Brasil, estimada em 48,807 milhões de sacas beneficiadas, recuo de 22,6% frente ao volume colhido na safra passada. A área plantada no estado deve ser 4,7% menor neste ano e a produtividade, calculada em 23,5 sacas por hectare, representará queda de 29,3% ante 2020.





A capacidade da cafeicultura do Norte e dos vales do Jequitinhonha e Mucuri apenas começa a se mostrar, como destaca Ana Carolina Alves Gomes, analista de agronegócios do Sistema Faemg. A macrorregião reúne mais de 70 municípios produtores e a área plantada deve crescer, em 2021, na proporção de 4,8 mil hectares, atingindo quase 30 mil hectares. “A região tem grande potencial e vem se destacado em concursos, conquistando prêmios pela produção de cafés de qualidade”, diz.

São resultados de investimentos que os cafeicultores têm realizado na renovação das plantações e fruto de qualidade significativa. Outra boa notícia está no trabalhao de organização deles para buscar o reconhecimento da atividade por meio do selo de indicação geográfica. Para Ana Carolina Gomes, os desafios nesse esforço não são diferentes do que aqueles enfrentados pelo setor, envolvendo adversidades do clima e mão de obra.

Na semana passada, foi inaugurada a nova unidade da indústria cafeeira do grupo Jequitinhonha Alimentos em Capelinha. Com investimentos de R$ 10 milhões, o empreendimento ocupa 10 mil metros quadrados, tem capacidade para produzir 1.800 quilos de café de alto padrão por hora e a ambição de crescer 10% ao ano dentro de cinco anos. O número de empregos gerados deve chegar a 120.





Fundador e principal executivo do grupo, Luiz Carlos Moreira Barbosa equipou a unidade, em dois anos e meio de planejamento e execução do projeto, com tecnologia de ponta para seleção, torra e empacotamento nos padrões certificados de pureza e qualidade da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). O negócio evoluiu de uma pequena fábrica aberta na casa do cafeicultor em 1998 e mostra, agora, uma história bem-sucedida na região, com plantios acima de 800 metros e e grãos de alta qualidade.

Cultivares

Segundo a Epamig, das mudas adquiridas nos últimos três anos pelos cafeicultores do Cerrado mineiro, de 70% a 80% foram obtidas de novos materiais, a exemplo da MGS Paraíso 2, Arara e Catutcaí Amarelo 2SL. A empresa iniciou a comercialização de sementes qualificadas de café para este ano nos campos experimentais de Patrocínio, no Alto Paranaíba; e de Machado, São Sebastião do Paraíso e Três Pontas, no Sul do estado.

Estrela

47,8% - Deve ser esta a participação de Minas na
 produção da cafeicultura brasileira em 2021

Funcafé

Recursos de R$ 355,5 milhões serão destinados para financiamento da safra 2021/2022 de café em Minas Gerais, com início em julho. Os valores foram disponibilizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio do Funcafé, e a operação dos empréstimos caberá ao BDMG. O dinheiro vai financiar insumos, máquinas e implementos, estocagem, colheita e formação de lavouras.
 




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