A retomada dos concursos públicos, que foram suspensos logo no início da pandemia de COVID-19, gera alento num país de desemprego recorde, representado na exclusão de 14,8 milhões de brasileiros, dos quais 1,5 milhão sem oportunidade em Minas Gerais. No estado, o retorno das vagas no setor público surpreendeu neste mês, com a abertura de inscrições ou editais já publicados num universo de pelo menos 31 programas de seleção de pessoal.
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Um a cada seis servidores pode se aposentar em 5 anos mas União quer evitar concursos públicosGoverno federal impõe regras para autorizar concursos públicosConcurso do BB atrai R$ 1,6 milhão de candidatos, o maior já feito no PaísLevantamento feito pela plataforma Gran Cursos Online indica que 132 concursos públicos estão confirmados no país, totalizando 29.186 vagas. Os vencimentos oferecidos atingem mais de R$ 27,1 mil. Em Minas, duas dezenas de prefeituras municipais de várias regiões surgem como uma espécie de carro-chefe da recuperação do emprego público.
Elas respondem pelo maior número de certames ou lançamento de editais, somando 2.122 cargos, o que significa mais de 81% dos cargos contemplados, incluindo níveis de escolaridade fundamental, médio e superior, além de formação técnica. Os vencimentos vão de R$ 1.550 a R$ 15.900.
A Prefeitura de Santa Vitória, no Triângulo Mineiro, - uma das regiões mais desenvolvidas do estado e que continuam a atrair investimentos privados, a despeito da crise sanitária – oferece o maior número de vagas, 384 ao todo, para profissionais com formação de nível fundamental, médio, superior e técnico. As inscrições estão abertas até 16 de setembro.
Outro volume expressivo de cargos será preenchido na prefeitura de São João del-Rei, na Região Central de Minas. De acordo com o edital, as inscrições serão abertas no dia 28 e se estenderão até 20 de setembro. Há 346 vagas para diversas áreas e para profissionais com ensino fundamental, médio, técnico e superior, de mecânicos de máquinas a coveiros, motoristas, profissionais da construção civil, agentes de saúde e fiscalização tributária, médicos, enfermeiros e fisioterapeuta, entre outros.
Chamam atenção também os processos seletivos do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) e do Tribunal de Justiça Militar do estado (TJM/MG). O concurso do CBMG para contratação de soldados e oficiais anuncia 166 vagas e recebe inscrições até 2 de setembro. São 145 oportunidades para soldados, das quais 130 dirigidas a homens e 15 a mulheres. O salário inicial é de R$ 4.631,21. Na seleção de oficiais estão sendo oferecidas 21 oportunidades, com vencimento de R$ 9 mil, distribuídas entre 18 cargos destinados a homens e 3 a mulheres.
O edital publicado pelo TJM/MG lança concurso para preencher 27 cargos e formar cadastro de reserva de oficiais e analistas judiciários, cargos de níveis médio e superior. Do total de vagas, 24 serão ocupadas por oficial judiciário. O salário inicial foi estipulado em R$ 2.986,57. Os demais cargos de analista judiciário exigem formação de nível superior, graduação em direito, tecnologia da informação e jornalismo, com remuneração de R$ 4.677,09. Os interessados deverão se cadastrar entre 4 de outubro e 4 de novembro.
As condições anunciadas nos editais indicam que os processos devem se estender até o começo de novembro, mas num ambiente afetado por crise política, a dificuldade do governo de ao menos viabilizar a discussão da reforma administrativa, fica difícil estabelecer um cenário com o mínimo de previsibilidade, inclusive para esperados concursos na área federal.
Novamente, o que se percebe é a falta de sensibilidade para discutir alternativa de emprego no país. Seja em Minas Gerais, seja em outros estados, em boa parte dos municípios é o setor público que se firma como o maior ou grande empregador.
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É o número de vagas previsto em edital de concurso público da Prefeitura de São João da Ponte
COM REGISTRO
Em junho último, descontadas as demissões, o saldo de empregos formais na administração pública do Brasil somou 20.230 admissões segundo os dados do Caged. Parece pouco, mas representou participação de 6,5% das 309.114 vagas abertas no país. Esse grupo de atividades inclui as contratações nas áreas de defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais.
QUEDA
Os dados mais recentes da Pnad Contínua, do IBGE, no período de março a maio último, mostram que a ocupação no setor público está praticamente estável no Brasil, neste ano, mas caiu em 301 mil pessoas frente ao mesmo período do ano passado, redução de 2,5%. O país tem 11,954 milhões de trabalhadores nos serviços públicos.