Ainda neste ano o dossiê que requer a caracterização como região produtora de Queijo Minas Artesanal de Diamantina e outros oito municípios do entorno, no Vale do Jequitinhonha, será entregue à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Estudos com o mesmo objetivo estão sendo conduzidos por técnicos da Emater-MG e instituições parceiras em Barão de Cocais, Catas Altas, Santa Bárbara, Caeté e Rio Piracicaba, na Região Central.
Embora sem o prestígio de setores reconhecidos pela participação importante na oferta de bens e serviços medida pelo PIB, essa produção típica e que ganhou fama associada ao turismo e à gastronomia mostra vitalidade surpreendente não captada por indicadores econômicos.
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O governo estadual considera universo de 9 mil produtores do Queijo Minas Artesanal, em oito regiões, com o ingresso recente da área batizada de Serras de Ibitipoca, mas esse número está desatualizado. As queijarias aumentam a produção e mais famílias de produtores rurais investem na atividade e demandam orientação dos profissionais de instituições como Sebrae Minas e Emater-MG.
A coordenadora técnica estadual da Emater-MG, Maria Edinice Soares Rodrigues tem destacado também a expansão da procura pelo serviço de inspeção sanitária do estado para regularização da produção e o interesse proporcionado por novos mercados de consumo surgidos após a pandemia de COVID-19 nas redes sociais.
“Outro fator são os roteiros turísticos que estão sendo criados e que incluíram queijarias na visitação. Com certeza a produção vem crescendo e a renda do produtor aumentou”, afirma.
“Outro fator são os roteiros turísticos que estão sendo criados e que incluíram queijarias na visitação. Com certeza a produção vem crescendo e a renda do produtor aumentou”, afirma.
Estima-se que tenha passado de 60% a valorização do produto nos últimos quatro a cinco anos, nos quais técnicos de várias áreas e instituições vêm se dedicando ao resgate da iguaria mineira, junto aos produtores.
A tradição de produzir queijo no estado tem raízes na colonização portuguesa, quando moradores da região da Serra da Estrela, em Portugal, – famosa pela produção do queijo homônimo de leite de ovelha –, chegaram às primeiras fazendas de gado do estado para dar suporte à mineração de ouro e diamantes.
A tradição de produzir queijo no estado tem raízes na colonização portuguesa, quando moradores da região da Serra da Estrela, em Portugal, – famosa pela produção do queijo homônimo de leite de ovelha –, chegaram às primeiras fazendas de gado do estado para dar suporte à mineração de ouro e diamantes.
Entre as rotas do turismo cultural e gastronômico de Minas que estimulam o consumo do Queijo Minas Artesanal está o recém-lançado trajeto no Triângulo, abrangendo Uberlândia, Araguari, Monte Carmelo e Tupaciguara. Em julho, foi lançado o roteiro Caminhos de São Tiago, que tem extensão de 274 quilômetros compreendendo 11 municípios da região de São João del-Rei, na porção Central do estado.
O dossiê que visa à caracterização de Diamantina, Datas, Gouveia, Felício dos Santos, Monjolos, Couto de Magalhães de Minas, Presidente Kubitschek, São Gonçalo do Rio Preto e Senador Modestino Gonçalves está na fase final de revisão.
Segundo Edinice Rodrigues, coordenadora estadual da Emater-MG, o trabalho começou a ser feito dois anos atrás, o que mostra a complexidade dos estudos. Na área conhecida como Entre Serras da Piedade ao Caraça, participam desse trabalho as prefeituras das cidades de Catas Altas, Barão de Cocais, Santa Bárbara, Rio Piracicaba e Caeté, Universidade Federal de Viçosa, Senac, Santuário do Caraça e o Instituto Mineiro de Agropecuária.
Segundo Edinice Rodrigues, coordenadora estadual da Emater-MG, o trabalho começou a ser feito dois anos atrás, o que mostra a complexidade dos estudos. Na área conhecida como Entre Serras da Piedade ao Caraça, participam desse trabalho as prefeituras das cidades de Catas Altas, Barão de Cocais, Santa Bárbara, Rio Piracicaba e Caeté, Universidade Federal de Viçosa, Senac, Santuário do Caraça e o Instituto Mineiro de Agropecuária.
O guia Mapa Gastronômico de Minas Gerais, que mostra os circuitos turísticos do estado ligados à culinária tradicional e seus eventos, descreve seis festivais gastronômicos, 114 indicações de visitas a produtores locais de diversos alimentos e bebidas e 192 roteiros gastronômicos.
No que se refere às queijarias, além do agendamento para visitas feito pelos turistas, o Queijo Minas Artesanal ganha projeção nas receitas dos chefes de cozinha em Minas e outros estados. Caso clássico da inserção das queijarias no turismo é observado na região de São João del-Rei.
No que se refere às queijarias, além do agendamento para visitas feito pelos turistas, o Queijo Minas Artesanal ganha projeção nas receitas dos chefes de cozinha em Minas e outros estados. Caso clássico da inserção das queijarias no turismo é observado na região de São João del-Rei.
Além do potencial de expansão demonstrado pelo produto, Edinice Rodriges observa que o Queijo Minas Artesanal tem consistido alternativa de vida nas áreas rurais. “Há um boom dessa atividade, que tem importância socioeconômica para a manutenção de propriedades rurais e de famílias no campo. São pais que criam filhos graças à valorização da produção, que tem mantido os jovens nas fazendas.”
Entre as poucas informações disponíveis, o IBGE registra Minas como responsável pela posição do Brasil de oitavo maior produtor de queijo no mundo. No país, mais da metade do consumo do produto passa pelo estado. A produção está associada ao desenvolvimento da oferta mineira de leite, carro-chefe da indústria brasileira. Dados de 2018 indicam que o estado produziu 8,9 bilhões de litros, que representaram 26,4% do volume nacional de 33,8 bilhões de litros.
PATRIMÔNIO
Minas Gerais tem oito regiões reconhecidas como produtoras do Queijo Minas Artesanal: Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Serra do Salitre, Serras da Ibitipoca, Serro e Triângulo Mineiro. A chancela é conferida com base em estudos sobre o processo de fabricação, história, clima e cultura de cada área. O produto tem classificação como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro emitida pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
OFERTA
50 mil - É o volume de toneladas de Queijo Minas Artesanal estimado como produção anual