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Com promessa de safra recorde, produção de azeite deve despontar em Minas

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A colheita nos olivais da Serra da Mantiqueira indica produção e qualidade suficientes para que os produtores da região marquem recorde na oferta de azeites neste ano. A expectativa é de resultado capaz de confirmar o potencial já reconhecido do polo da olivicultura mineira, mas, agora, numa escala superior aos 80 mil litros de azeite extraídos em 2018, melhor desempenho já mostrado pelo setor. No cenário de pressão sobre a economia brasileira, com os efeitos da guerra na Ucrânia, inflação e juros elevados, oportunidades de expansão em qualquer atividade, além de bem-vindas, devem ser estimuladas.





Apesar da seca no ano passado, que atingiu as plantações na época da pré-florada, as três ondas de frio ocorridas em julho e agosto de 2021 permitiram bom florescimento e frutificação importante, o que ajuda a entender a performance das áreas produtoras, segundo o pesquisador Pedro Moura, da Epamig. Além da produtividade, boa parte das azeitonas colhidas nesta safra são verdes, e dessa forma adicionam amargor e picância ao produto.

A expansão de áreas produtivas, assim como avanços no manejo e tratos culturais também sustentam as expectativas tão positivas dos produtores. O cultivo das oliveiras na Mantiqueira se estende por cerca de 80 municípios, dos quais 60% localizados em Minas. Na extensão estimada pela Epamig em 3 mil hectares, atuam 200 produtores e 29 agroindústrias.

Na dianteira da produção mineira de azeites estão produtores de Maria da Fé, Aiuruoca, Poços de Caldas, Gonçalves, Delfim Moreira, Andrelândia, Itanhandu, Monte Verde e Baependi. Embora a oferta seja ainda modesta frente ao consumo, os esforços dos produtores têm resultado em aprimoramento de tecnologia e no crescimento das áreas plantadas de aproximadamente 20% ao ano, com melhora consistente da qualidade, de acordo com Luiz Fernando de Oliveira, coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Olivicultura da Epamig. 





Para uma atividade movida por pequenas propriedades rurais, são ganhos expressivos. Afinal, de acordo com projeções dos produtores, são mantidos ao redor de 400 empregos diretos no polo do Sudeste. Outra característica é o investimento na qualidade e no frescor dos azeites, que proporcionam aroma e sabor, uma vez que a oferta está longe de atender ao consumo.

A colheita e a produção de azeite levam otimismo não só ao Sudeste, como ao Sul do país, os dois principais polos produtores. O Instituto Brasileiro da Olivicultura (Ibraoliva) informa que há concentração do trabalho nos olivais de áreas frias e de maior altitude, nas quais o fruto demorou mais para amadurecer. Apesar do clima adverso deste ano, o otimismo predomina.

Na Serra da Mantiqueira, a entidade conta cerca de 1,5 milhão de oliveiras, cultivo pioneiro no país. Novas plantas em idade produtiva também explicam as previsões do setor, como tem destacado o pesquisador da Epamig e engenheiro-agrônomo Fernando Oliveira. Os olivais do Sudeste ocupam pequenas propriedades e, tendo em vista a topografia da Serra da Mantiqueira, a mecanização ocorre de forma ainda restrita. Considerando-se os 73 associados do Ibraoliva, o plantio se expandiu até 2020 por 11 mil hectares e propiciou a criação de 77 rótulos.





Os desafios não são poucos e a dimensão deles impressiona diante de cálculos envolvendo a importação brasileira de 104 milhões de litros de azeite em 2020. Marcas de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro foram premiadas no ano passado em concursos internacionais realizados nos Estados Unidos, Itália, Portugal e Japão.

O pesquisador Pedro Moura destaca que a oliveira – cultivo originário de clima temperado –, demanda cerca de 300 horas de frio e temperaturas abaixo de 12 graus no inverno para que a floração ocorra. São condições que os produtores encontram na Serra da Mantiqueira, mas é preciso selecionar terrenos com elevada luminosidade e nos quais o solo apresente boa drenagem. Há investimentos em olivais que também prometem surpreender em Minas, como nas regiões do Campo das Vertentes e do Vale do Jequitinhonha, incluindo o município de Diamantina.

PREJUÍZO

9,8%
foi quanto caiu o faturamento da indústria de Minas em janeiro, frente a dezembro de 2021. 
Um dos motivos foi o comprometimento da logística de escoamento pelas tempestades ocorridas no período

EVOLUÇÃO

Com seus custos de produção inferiores aos da cultura do milho, e a tolerância maior ao estresse hídrico da plantação, o sorgo ganha espaço em Minas Gerais. O plantio começou em fevereiro, na região do Triângulo, e deverá se intensificar neste mês em outras regiões. O 6º levantamento da safra 2021/2022 da Conab estima aumento de 8,6% da área plantada em relação à safra passada.

PERDA

Na semana que vem, será intensificada a colheita de milho de 1ª safra. O excesso de chuvas entre dezembro de 2021 e janeiro último prejudicou também as lavouras no período de fecundação. A água lava o pólen e impede a polinização. As precipitações, da mesma forma, inviabilizaram tratos culturais, sobretudo o combate à praga da cigarrinha-do-milho.