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Universidades mineiras apostam no empreendedorismo científico

O cientista deve perceber que seu conhecimento pode criar, sob a forma de produtos ou serviços, soluções para grandes problemas da sociedade


24/07/2023 15:52 - atualizado 25/07/2023 11:28
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Carlos de Oliveira Lopes Junior, Diretor executivo da Fundepar
Carlos de Oliveira Lopes Junior, Diretor executivo da Fundepar (foto: Divulgação)
Depois da pandemia da COVID-19, ficou ainda mais evidente a importância da ciência e tecnologia em nossas vidas e para o futuro da humanidade. Você sabia que em Minas Gerais existem iniciativas que apoiam negócios científicos dentro da própria academia? Exemplo disso é a Fundep Participações S/A, empresa de investimento em negócios de alto impacto da Fundação de Apoio da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
 
Nos últimos 10 anos, a instituição tem investido em empresas inovadoras com alto grau de desenvolvimento tecnológico, em sua grande maioria oriundas de universidades. No total foram mais de R$ 80 milhões investidos em empresas nascentes. Exemplo disso é a Moya Aero, que está desenvolvendo um drone 100% elétrico com capacidade de 200Kg de carga útil, com decolagem e pouso vertical. O primeiro voo está programado para ainda esse ano. 
 
Outra investida é a Cellva, uma das seis empresas no mundo a apostar em biotecnologia para cultivo celular de gordura. A tecnologia apresenta vários benefícios em relação aos métodos tradicionais, é mais eficiente e causa menos impacto ambiental.
 
Agora, um novo fundo está sendo lançado, com o objetivo de ampliar a disponibilidade de capital para negócios inovadores que buscam promover impacto socioambiental positivo para a sociedade. Desta maneira, além de ser uma investidora, a Fundepar também colabora para promover uma melhor compreensão do que seja o empreendedorismo acadêmico.
Para Carlos de Oliveira Lopes Junior, diretor executivo da Fundepar, reconhecer o empreendedorismo como mais uma opção de carreira, ou um desdobramento dela, é uma importante virada de chave para os pesquisadores. “É necessário que o cientista perceba que seu conhecimento pode criar, sob a forma de produtos ou serviços, soluções para relevantes problemas das diversas áreas econômicas e para a própria sociedade, de forma geral”, explicou. 

Segundo o diretor, até pouco tempo, o empreendedorismo acadêmico - aquele baseado em ciência e tecnologia - não era muito incentivado, seja pela ausência de políticas de investimentos ou mesmo pela forma de organização da academia que não considerava essa dimensão em suas métricas de avaliação de produção. 

Até hoje, em algumas instituições ou para algumas agências financiadoras, o número de publicações científicas é praticamente a única métrica. Segundo Carlos, estamos vivendo uma mudança, com mais apoio e valorização a esse tipo de empreendedorismo, contudo, ainda é preciso preencher lacunas históricas no apoio a esses empreendedores.
O Diretor da Fundepar deixa um conselho para quem é cientista, tem uma ideia de negócio vinda do laboratório e não sabe por onde começar. “Em primeiro lugar, compreenda o potencial de sua solução. Depois disso, o caminho vai começar a se desenhar. Atualmente, temos vários programas de aceleração, incubadoras de empresas e venture builders, que podem auxiliar nos primeiros passos dessa jornada.”
 
Segundo Carlos, é preciso iniciar a compreensão do problema a ser solucionado, do mercado potencial e do melhor modelo de negócios para a startup. Ou seja, busque o suporte da incubadora de empresas ou programa de aceleração que mais se encaixa com a tecnologia ou mercado pretendido. Outra dica é buscar o apoio do núcleo de inovação tecnológica da universidade ou centro tecnológico ao qual o pesquisador está ligado.




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