Depois de acompanhar os israelitas no êxodo pelo deserto, saindo da escravidão do Egito em busca da Terra Prometida, hoje coloco o povo de Deus pisando o novo chão. Na fronteira, antes de morrer, Moisés passa a liderança para Josué e faz seu longo discurso, entre outras coisas se preocupando em como os israelitas vão viver a liberdade.
Foram 40 anos, um dia atrás do outro, longas noites entre tendas, fome, sede, medo. Na chegada, outra vez as águas se abrem quando as plantas de seus pés tocam o fundo do Rio Jordão, fazendo parecer que a vida vai ser fácil do lado de lá.
Foram 40 anos, um dia atrás do outro, longas noites entre tendas, fome, sede, medo. Na chegada, outra vez as águas se abrem quando as plantas de seus pés tocam o fundo do Rio Jordão, fazendo parecer que a vida vai ser fácil do lado de lá.
Mas não.
Deus deu a terra para que vivam em paz e felicidade, dentro de leis muito bem explicadas.
A responsabilidade pela terra é deles, de cada um, de seus filhos e das próximas gerações. Cessa de cair do céu o maná que alimentava. Agora eles já comem produtos da terra, como pães ázimos e grãos tostados. Mas existem povos vivendo ali, Jericó está trancada, e a tomada da cidade exige uma estratégia que inclui um ritual de sete voltas, sete dias, trombetas e gritos até a vitória arrasadora.
Deus deu a terra para que vivam em paz e felicidade, dentro de leis muito bem explicadas.
A responsabilidade pela terra é deles, de cada um, de seus filhos e das próximas gerações. Cessa de cair do céu o maná que alimentava. Agora eles já comem produtos da terra, como pães ázimos e grãos tostados. Mas existem povos vivendo ali, Jericó está trancada, e a tomada da cidade exige uma estratégia que inclui um ritual de sete voltas, sete dias, trombetas e gritos até a vitória arrasadora.
Se no deserto eles chegaram a ter saudades das cebolas que comiam na escravidão do Egito, agora é Josué quem clama a Deus, diante dos primeiros desafios, porque Ele os deixou atravessar o Rio Jordão - continuam sendo um povo de “cabeça dura”.
E aqui encerro a caminhada por essa passagem da história sagrada que narra a posse pela terra, as dificuldades enfrentadas pelos israelitas, como foi árduo andar com seus próprios pés e pensar com suas próprias cabeças, às vezes tolos pensamentos, às vezes com vontades desrespeitosas ao céu, às vezes com impaciência na alma e um frágil coração.
Mas sempre fazendo a história acontecer, nunca desistindo e até passando por momentos de pura poesia, como o dia em que o “sol parou no meio do céu e não se apressou a descer pelo tempo de quase um dia” e a lua se deteve pelo vale para ajudá-los na vitória sobre o inimigo. “Nem antes nem depois houve dia como aquele”.
Tantos milhares de anos nos separam, mas eu me lembro do êxodo pelo deserto e da Terra Prometida durante esses meses de caminhada pela pandemia. Como os israelitas, desde o princípio temos vivido na incerteza, no medo, na insegurança, no ser ou não ser do drama de Shakespeare, que é uma síntese mais que perfeita de nossas tantas dúvidas.
Com a estranha sensação de que nossa esperança se baseia numa nostalgia (“Quando a pandemia acabar eu vou voltar a fazer”). E ainda tendo que nos preparar para as incertezas que permanecerão. Parece que do deserto saímos, mas a cada semana o “terra à vista” fica mais distante. Sempre temos um Rio Jordão para atravessar.
Fome e desemprego crescendo, abre e fecha da economia, mudanças de estratégia a todo momento, negócios reprogramados, adaptações. Surgem as transformações na mobilidade mundial para garantir o bem-estar dos usuários enquanto torna-se imperativo ter agilidade e capacidade de se reinventar.
Os ciclos dos projetos que miravam um distante horizonte agora se voltam para dois, três meses. O home office, que deu tão certo, passa a se preocupar com a sobrecarga emocional dos funcionários que, dentro de casa, trabalham mais e ainda estudam e têm de fazer atividades domésticas.
E aqui encerro a caminhada por essa passagem da história sagrada que narra a posse pela terra, as dificuldades enfrentadas pelos israelitas, como foi árduo andar com seus próprios pés e pensar com suas próprias cabeças, às vezes tolos pensamentos, às vezes com vontades desrespeitosas ao céu, às vezes com impaciência na alma e um frágil coração.
Mas sempre fazendo a história acontecer, nunca desistindo e até passando por momentos de pura poesia, como o dia em que o “sol parou no meio do céu e não se apressou a descer pelo tempo de quase um dia” e a lua se deteve pelo vale para ajudá-los na vitória sobre o inimigo. “Nem antes nem depois houve dia como aquele”.
Tantos milhares de anos nos separam, mas eu me lembro do êxodo pelo deserto e da Terra Prometida durante esses meses de caminhada pela pandemia. Como os israelitas, desde o princípio temos vivido na incerteza, no medo, na insegurança, no ser ou não ser do drama de Shakespeare, que é uma síntese mais que perfeita de nossas tantas dúvidas.
Com a estranha sensação de que nossa esperança se baseia numa nostalgia (“Quando a pandemia acabar eu vou voltar a fazer”). E ainda tendo que nos preparar para as incertezas que permanecerão. Parece que do deserto saímos, mas a cada semana o “terra à vista” fica mais distante. Sempre temos um Rio Jordão para atravessar.
Fome e desemprego crescendo, abre e fecha da economia, mudanças de estratégia a todo momento, negócios reprogramados, adaptações. Surgem as transformações na mobilidade mundial para garantir o bem-estar dos usuários enquanto torna-se imperativo ter agilidade e capacidade de se reinventar.
Os ciclos dos projetos que miravam um distante horizonte agora se voltam para dois, três meses. O home office, que deu tão certo, passa a se preocupar com a sobrecarga emocional dos funcionários que, dentro de casa, trabalham mais e ainda estudam e têm de fazer atividades domésticas.
Enfim, ao acordar dos enganos entramos no tempo das incertezas e das perguntas sem respostas. Despreparados para enfrentar flagelos, estamos impacientes com um presente cheio de exclamações que expressam um espanto sem fim.
E, no entanto, o céu tem mostrado um azul deslumbrante neste inverno, a lua cheia parece dominar todas as fases, como se lá do alto quisesse nos infundir ânimo e coragem.
A natureza faz o melhor que pode para nos mostrar que a criação do Pai continua perfeita. Mas, perdido num mundo de incertezas, o homem precisa das certezas que evoluirão em luz, mais luz. E de onde vem esta certeza senão de Deus?
O convite é antigo: “Tire a sandália do pé porque o lugar em que pisas é sagrado”. Moisés e Josué tiraram. Nós cristãos chamamos isso de fé. É a fé que vai dar a certeza que buscamos há longos quatro meses, vinte e oito dias e algumas horas.
E, no entanto, o céu tem mostrado um azul deslumbrante neste inverno, a lua cheia parece dominar todas as fases, como se lá do alto quisesse nos infundir ânimo e coragem.
A natureza faz o melhor que pode para nos mostrar que a criação do Pai continua perfeita. Mas, perdido num mundo de incertezas, o homem precisa das certezas que evoluirão em luz, mais luz. E de onde vem esta certeza senão de Deus?
O convite é antigo: “Tire a sandália do pé porque o lugar em que pisas é sagrado”. Moisés e Josué tiraram. Nós cristãos chamamos isso de fé. É a fé que vai dar a certeza que buscamos há longos quatro meses, vinte e oito dias e algumas horas.