A coleção é decorada com iluminuras de extremo luxo e requinte, considerada por especialistas um dos mais ricos exemplares saídos das oficinas florentinas do Renascimento. Contém todos os livros da “Bíblia” e a história de São Jerônimo, venerado no próximo dia 30. Texto em latim, dividido em duas colunas, com letras da Renascença italiana.
A obra foi produzida pela oficina de Attavante degli Attavanti, auxiliado pelos irmãos Gherardo e Monte del Fora, por encomenda de um mercador florentino, e passou por momentos difíceis.
Foi confiscada e levada para Paris, retornou a Portugal por intervenção do rei francês Luís XVIII, que a comprou para ser devolvida. Durante as Guerras Liberais, com a extinção das ordens religiosas, a coleção foi salva pela coragem de um frei, que com risco de morte a guardou no Erário Público quando estava em andamento um plano de assalto ao mosteiro.
Dali passou para o Banco de Lisboa, depois a Casa da Moeda, e, com os volumes intactos, foi finalmente depositada na Torre do Tombo, em 1883, onde permanece como um dos mais preciosos bens ali guardados.
A incumbência fora dada pelo papa Dâmaso, que desejava uma tradução na língua do povo. A obra de São Jerônimo ocupou praticamente toda a sua vida e tornou-se o texto usado largamente nos séculos posteriores, com o nome de Vulgata (“popular”).