Neste problema da luta pelo luto, fiquei perguntando como a vida pode ser breve, nada está sob nosso controle, pessoas que vivem longos anos, enquanto outros vivem tão pouco. E o número de mortes aumentando a cada dia e chegando mais perto das vítimas.
E fomos permitindo que estávamos todos numa sala de espera. A cura, a vacina, a certeza, a garantia de que nada vai acontecer de novo, esperando uma dose de milagre.
A memória tem seu próprio passo, ritmo e compasso. Estamos cheios de eternidade dentro de nós. A vida vai ficando para trás, mas as lembranças são fiéis, não fogem.
Olhe não para a felicidade que se foi, não para o laço que se desfez, não para o abraço que não abraça, ou para as mãos que não se tocam, ou para a voz que não se ouve.
Não te perturbes pela tristeza nem te acanhes com as lágrimas. Não te culpes por não querer deixar ir o ente querido. Reconforta-se. Deixa o Sol se pôr, a Lua se esconder – tudo o que foi será. Guarde do Sol o calor, da Lua o luar, da brisa o frescor.