O fim de 2020 já nos deixa, naturalmente, um pouco mais otimistas. Sentir que um ano tão difícil, confuso e cheio de incertezas está terminando soa como um suspiro de alívio para os ombros cansados de toda essa bagunça.
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De jazigos e antipulgas a papel higiênico: confira promoções inusitadas na Black FridaySaiba se o produto que você quer comprar está mesmo em promoção na Black Friday O melhor planejamento para uma boa compra na Black Friday13º Salário: apertamos a tecla SAP para você entender as regras de 2020Nesse período, em que somos incentivados, o tempo todo, a fazer compras — ao assistir TV, acessar nossas redes sociais, conversar com amigos ou, simplesmente, ao andar na rua —, é importante analisar bem as oportunidades e olhar, de forma racional, para o nosso dinheiro.
É difícil, nós sabemos. Mas é um exercício importante.
A autossabotagem é um problema real
“Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”. Lá em 2002, tio Ben deu a dica para o Peter Parker no primeiro filme do Homem-Aranha, mas ela também serve pra nós quando o assunto é dinheiro.
Nosso cérebro é uma ferramenta poderosíssima que nos ajuda a tomar decisões. Só que isso vem com um preço: por aprender rápido e procurar por padrões, muitas vezes, ele acaba se acostumando a fazer escolhas ruins para nossa saúde financeira.
Por isso, precisamos lidar com essa verdade necessária, mas difícil de engolir: nosso cérebro aprendeu um monte de coisa errada ao longo da vida e, provavelmente, nos sabota em várias situações.
Vamos fazer uma brincadeira? Imagine que a cada “sim” que responder, você soma um ponto:
Você já disse que…
1. “Só se vive uma vez”?
2. “Preciso comprar, pois não sei se vai acontecer outra promoção como essa”?
3. “Mas tá todo mundo usando...”?
4 “Isso é um problema para o ‘eu’ do futuro”?
5. “É só comprar e depois esperar a dívida caducar”?
6. “Eu mereço isso!”?
E aí? Quantos pontos você somou? Faça o teste no grupo da família e veja qual o resultado!
Sem julgamentos, a gente sabe que essas crenças fazem parte da nossa vida. O importante é estarmos conscientes de que elas existem, influenciam nossas escolhas e precisam ser observadas com muita atenção.
Isso não quer dizer que vamos abandoná-las de vez ou que elas são as maiores vilãs da nossa vida financeira — às vezes são, mas nem sempre. Quando a gente percebe o poder que elas têm de influenciar nossos caminhos, nós deixamos de ser reféns e prisioneiros para sermos mais donos das nossas próprias decisões.
É, basicamente, ter controle do próprio dinheiro e não permitir que ele nos controle.
Cuidado, “é cilada, Bino!”
Esse momento clássico da TV brasileira, da minissérie “Carga Pesada”, também serve para falarmos sobre a importância de colocar uma dose de desconfiança sempre que for fazer uma compra — especialmente pela internet.
Ao mesmo tempo em que existem muitos lojistas e prestadores de serviço bem intencionados e que fazem entregas de qualidade, também existem, infelizmente, aqueles que estão só esperando alguém pra pegar a isca e cair nos golpes.
Para você não ser mais um dos que caem na rede desses golpistas, siga alguns passos simples:
1) Use e abuse do Google: pesquise pelo nome da loja, o CNPJ, o tipo de produto, o preço médio de mercado, e por aí vai. Você pode, por exemplo verificar na Receita Federal se o CNPJ da empresa é antigo ou recente. Se for muito novo, acenda o sinal de alerta!
2) Aprenda com erros e acertos de outras pessoas: evite comprar produtos de vendedores que ainda não possuem nenhuma avaliação. Os comentários de compradores anteriores podem te ajudar a entender sobre a qualidade do serviço e produto, o respeito aos prazos, cumprimento da descrição do item na venda, entre outros pontos importantes.
3) As redes sociais são o novo “boca a boca”: pergunte nas suas redes sociais se as pessoas conhecem a empresa e o produto. Pesquise pelo perfil do vendedor, veja os comentários nas postagens, e busque por hashtags (#) que envolvam o nome do produto e da loja para ver o que as pessoas estão falando sobre eles.
4) Quando a esmola é muita…: com certeza você já completou a frase mentalmente. Desconfie de preços muito mais baixos que os praticados por outros lugares. O barato pode sair muito caro, no fim das contas, se você não receber o produto ou serviço como deseja.
5) O pagamento do seu jeitinho: fique de olhos atentos para lojas que só disponibilizam o pagamento via boleto ou depósito. Essas são formas mais trabalhosas de se rastrear e pedir estorno ao banco e, por isso, são muito usadas por golpistas na internet.
Seguindo esses passos, você reduzirá muito as chances de cair numa cilada e se arrepender de uma compra, não só durante a Black Friday!
O melhor momento para fazer uma compra existe?
Compras incríveis e com preços maravilhosos, se forem feitas no momento errado, podem fazer um baita estrago no seu bolso.
Na prática, lembre-se do seguinte: não é porque um determinado produto está com um bom preço, que esse é o melhor momento para comprá-lo.
Às vezes, é melhor esperar o momento certo para você, mesmo que pague um pouco mais caro, para que a compra não se torne uma verdadeira angústia. O preço do tormento pode ser alto demais!
O melhor momento para fazer uma compra é o que une o seu desejo, um bom preço e a sua disponibilidade de arcar com aquilo sem se endividar.
Respire fundo (faça isso agora, você vai ver como é bom) e se faça essas perguntas:
- Realmente quero ou estou sendo influenciado por propagandas e outras pessoas?
- Tenho dinheiro para arcar com isso sem comprometer gastos essenciais?
- Isso se encaixa no meu estilo e padrão de vida atual?
- Se eu não comprar agora, será que vou continuar querendo daqui a um mês?
- O preço está realmente bom?
Depois de pensar sobre isso, você provavelmente será capaz de fazer escolhas de compra mais conscientes.
É claro que a análise toma outros caminhos quando você precisa de um determinado item para suas necessidades básicas. Exemplo: se sua geladeira estragou, dificilmente será possível ficar muito tempo sem esse eletrodoméstico. Sendo assim, mesmo que não tenha todo o dinheiro disponível para essa compra atualmente, ela se torna necessária. Certo?
Mesmo em um cenário inesperado como esse, é possível fazer escolhas racionais e conseguir bons negócios na Black Friday. É o famoso “fazer do limão, uma limonada”!
Estou ciente e quero continuar
Se, mesmo depois desse nosso papo, você chegar à conclusão de que realmente fará a compra, tá tudo bem!
Chutando o balde ou comprando de forma consciente, o mais importante é não fechar os olhos para as consequências dessa escolha. Afinal, como em todas as outras situações da vida, a conta chega. E, nesse caso, não dá para terceirizar a responsabilidade.
É como ouvimos a Bárbara Andrade, do Cuide da Sua Bolsa, dizer: “não deixe um problema financeiro para o seu ‘eu’ do futuro resolver. Ele ficará bem bravo com você.”
Se esse artigo te ajudou a ver as oportunidades de compra da Black Friday de um jeito diferente e mais consciente, compartilhe!
Se quiser, conheça mais sobre o Pago Quando Puder aqui.