Jornal Estado de Minas

PAGO QUANDO PUDER

Por que ainda é tão difícil falar sobre dinheiro e como virar esse jogo?


A gente tem duas certezas nesta vida. A primeira é que todo mundo vai morrer. A segunda é que, em maior ou menor proporção, todo mundo precisa de dinheiro pra viver. Por que, então, mesmo sendo uma certeza na nossa vida, ainda é tão difícil falar sobre o assunto?

As razões são muitas, e vão desde a falta de educação financeira até questões emocionais. O que, exatamente, leva alguém a não querer ou ter dificuldades de falar sobre o tema depende da realidade de cada um e é preciso uma boa dose de autoconhecimento pra virar esse jogo.




 
 
 
Mas, calma! No artigo de hoje, falamos sobre os principais fatores que contribuem para essa dificuldade de falar sobre dinheiro, apresentamos alguns caminhos que podem te ajudar a melhorar a sua relação com as finanças e, consequentemente, a ter mais tranquilidade pra lidar com o tema. Acompanhe!

As razões da dificuldade


Se o caminho é o autoconhecimento, é preciso entender quais são os motivos que, geralmente, levam as pessoas a não querer falar sobre dinheiro, e refletir de que forma eles estão relacionados à sua realidade. Nesse sentido, é importante saber que as razões, dificilmente, andam sozinhas e que é bem provável que mais de uma delas estejam ligadas à sua situação.

Falta de conhecimento


Não sabemos como foi sua criação, mas podemos afirmar que existem grandes chances de você não ter tido acesso a conceitos de educação financeira durante sua infância e adolescência. E não é exercício de adivinhação, viu? Essa é a realidade da esmagadora maioria dos brasileiros!

De acordo com a pesquisa "O bolso do brasileiro", realizada pelo Instituto Locomotiva e pela Xpeed - braço de educação financeira da XP Investimentos - no segundo semestre de 2020, 63% dos entrevistados consideram ter apenas conhecimentos básicos de educação financeira.

O dado já é alarmante por si só, mas fica ainda pior quando vemos que entre os que disseram ter conhecimentos avançados no tema, a maioria não soube fazer cálculos simples, como os relacionados a juros, por exemplo.





Diante desse cenário, a realidade não podia mesmo ser diferente. Como podemos falar sobre algo que não conhecemos? O que acontece, na verdade, é exatamente o contrário. A gente tem uma enorme tendência a evitar o desconhecido e, às vezes, é exatamente por isso que falar sobre dinheiro é tão difícil pra muita gente.

Falta de dinheiro


Pode parecer óbvio ou contraditório, mas uma situação financeira delicada é, sem dúvida, um fator relevante para os desafios que as pessoas enfrentam pra falar sobre dinheiro. Afinal, desde nossos primeiros anos de vida, a gente foi treinado a compartilhar conquistas e boas notícias e igualmente ensaiado a guardar só pra gente os problemas e as dificuldades.

E a verdade é que a situação financeira não anda fácil pra quase ninguém. No estudo do Instituto Locomotiva e da XP, 7 em cada 10 pessoas disseram ter concluído, nos 12 meses anteriores ao estudo, que sua renda era insuficiente para cobrir seu custo de vida. Se olharmos para as classes D e E, a situação fica ainda mais alarmante: 87% das pessoas não ganham o suficiente para arcar com todas as despesas.





O resultado disso é inevitável. Um número recorde de endividados! Acredite: quase 70% das famílias brasileiras terminaram o primeiro semestre de 2021 endividadas. Isso foi o que mostrou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

E não dá pra negar que, pela nossa cultura e pela forma como as questões financeiras são tratadas aqui, a falta de dinheiro está ligada a sentimentos como sofrimento, angústia e impotência. E, como dissemos no início deste tópico, não fomos acostumados a falar sobre sentimentos delicados como esses. E, como acontece em outras áreas da vida, sentimentos represados um dia cobram a sua conta e é aí que entra em cena mais um dos motivos para que falar sobre dinheiro seja tão difícil: a saúde mental.

A relação entre dinheiro e nossa saúde mental


Na mesma pesquisa mencionada acima, 46% das pessoas relataram sentir culpa e ansiedade em relação à sua situação financeira atual, 31% disseram ficar irritadas e 21% alegaram que perdem o sono por causa das contas no vermelho.





E não para por aí. Mais de 20% dos entrevistados relataram tensão muscular, tremedeira, transpiração e insônia ao ter que lidar com números. Além disso, 21% dos participantes da pesquisa disseram que postergam a abertura de boletos, enquanto 39% adiam decisões financeiras por medo de encarar o orçamento.

Lembra do que falamos sobre as razões para a dificuldade estarem interligadas? Esse é um bom exemplo. Não seria a falta de conhecimento e a falta de dinheiro as grandes responsáveis por acarretar tantos sentimentos dolorosos nas pessoas quando o assunto é finanças?

O desconhecido causa medo e insegurança, e é impossível não dizer que os fatores têm muita relação entre si. Além disso, quem gosta de ficar falando sobre sentimentos delicados assim, não é mesmo? A tendência é que a gente não compartilhe a situação com ninguém e siga, até onde pode, abraçados à crença - e ao superpoder imaginário - de que dá pra resolver tudo sozinho.

Dinheiro como tabu


Por último e não menos importante, não dá pra negar que falar sobre dinheiro, na nossa cultura, é um grande tabu. Por exemplo: você e seus amigos, na mesa do bar, ficam discutindo quanto cada um ganha ou se a conta de cada um tá no vermelho ou no azul? Pois é!

E aqui cabe um reforço importante. Não é difícil falar sobre dinheiro apenas na escassez. Mesmo pra quem tem uma situação financeira ótima e pra quem dinheiro não é problema, falar abertamente sobre o assunto pode não ser fácil.





A discussão sobre o tema está, geralmente, rodeada por um contexto de prazer e vergonha, sentimentos que podem parecer contraditórios, mas que costumam estar bastante ligados - e de forma muito conflituosa, por sinal. E, sobre esse conflito, a gente não costuma muito querer falar.

Como virar o jogo?


Esperamos que, até aqui, o artigo de hoje tenha sido um exercício de autoconhecimento e tenha te ajudado a compreender quais são as suas razões pra ter dificuldade pra falar sobre dinheiro. E, mesmo que este não seja o seu caso, certamente você conhece alguém que passa por isso e para quem esse exercício seria importante.

Agora que os fatores dificultadores já estão mais claros, é hora de refletir sobre as maneiras que vão nos ajudar a virar o jogo. Como não permitir que a falta de conhecimento, a falta de grana,a relação entre dinheiro e saúde mental e o tabu que rodeia o tema sejam impeditivos pra que a gente converse mais sobre um tema tão importante?

É isso que você vai ver agora!

Crie uma rede de apoio pra falar sobre isso


Se você acha que falar sobre dinheiro não é pra você, temos uma ótima notícia: isso não é um dom e sim uma habilidade. E, como toda habilidade, ela pode ser desenvolvida. E sabe qual o melhor jeito de desenvolver a habilidade? Praticando!

Não estamos aqui pra defender que é fácil você sair falando sobre o assunto aos quatro cantos e muito menos que você deva fazer isso. Mas falar é importante, e o melhor caminho para isso é criar uma rede de apoio onde você se sinta realmente confortável pra tratar do tema.





E a rede nem precisa ser muita gente, viu? Às vezes, um amigo, o cônjuge ou um profissional (como um terapeuta, por exemplo) pode ser mais do que suficiente. O importante mesmo é você não guardar a situação só pra você e ter com quem contar nas horas mais delicadas.

Busque conhecimento


Se a falta de conhecimento é um dos fatores dificultadores do processo, precisamos tratá-la na raiz. Não faltam informações acessíveis e de qualidade sobre educação financeira e cabe a você escolher qual vai ser o seu caminho pra isso.

Pago Quando Puder, por exemplo, é uma plataforma de conteúdos que quer te ajudar a ter uma relação melhor com o seu dinheiro. Com linguagem simples e tratando de assuntos de interesse da maioria dos brasileiros, o que a gente quer é construir uma comunidade de especialistas em perrengues financeiros, pra que a gente se ajude a enfrentar os trampos do dia a dia.





Além disso, existem diversos livros, canais do YouTube, podcasts e outros artigos na internet que podem te ajudar neste momento. Escolha o formato que faz mais sentido pra você e busque, constantemente, conhecimentos pra te ajudar a lidar com as finanças de forma mais leve.

Planeje-se financeiramente


Acredite se quiser, quando a gente fala de grana, o planejamento financeiro é uma ferramenta muito importante de autoconhecimento. Se você tiver clareza de quanto está ganhando e gastando, fica mais fácil não ser pego de surpresa com despesas "inesperadas" e o medo do desconhecido é convidado a se retirar da sua vida.

Lembra do estudo da XP que mencionamos ao longo do artigo? Ele mostrou que, para 58% da população, a situação financeira impede a realização de coisas que consideram importantes - e que esse índice é ainda maior (70%) entre as pessoas com mais de 60 anos.





Se é mais fácil falar sobre as conquistas do que sobre as dificuldades, bora fazer do limão uma limonada e transformar a sua relação com dinheiro no caminho que te leva até a realização dos seus sonhos.
Entenda a sua relação com o dinheiro
Por fim, é muito importante que você entenda o que está envolvido na sua relação com dinheiro. Comprar é, por exemplo, uma fuga que te leva pra longe de emoções que você não quer sentir, como estresse ou raiva? 

Você acha que gastar dinheiro é uma maneira de se premiar quando você merece uma celebração (depois de uma conquista importante, por exemplo) ou um conforto (depois de um dia em que tudo deu errado, por exemplo)?

É claro que o dinheiro também está aí para nos proporcionar momentos de prazer e felicidade, mas é preciso ficar atento quando isso se transforma em excessos, que geralmente são seguidos por sentimentos como culpa e arrependimento. Você já tinha parado pra pensar nisso?

Foi diante desse contexto que nós criamos um material gratuito sobre os impactos da saúde financeira na saúde mental - e vice-versa. Eles são maiores do que muita gente imagina e percebemos a importância de dar algumas dicas para ajudar os brasileiros a manterem uma relação mais equilibrada entre a mente e o bolso. 

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