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Estado de Minas COMPORTAMENTO

Quanto vale uma presença?

'Risco de ser o centro das atenções'


12/09/2021 04:00 - atualizado 12/09/2021 07:42

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(foto: Pixabay)

 
No ano passado, fui convidada para um casamento no qual todos deveriam ir vestidos com determinada cor. A variação ficaria apenas para o tom, do mais escuro ao mais claro, com ou sem estampa, não importa, ao menos é o que imagino. O evento precisou ser cancelado devido à pandemia, então acabei ficando com a roupa para usar em outra ocasião.
 
Fora o fato de que não gasto com peças para serem vestidas apenas uma vez, tive sorte por dois mais dois motivos. Primeiro, a cor determinada cabe no meu gosto. Segundo, tenho facilidade com costura e gosto de fazer roupas para mim.
 
Ampliamos o hábito americano de vestir as madrinhas e padrinhos de casamento com a mesma cor e passamos a exigir que todos os convidados sigam a mesma onda. É de fato quase uma exigência, pois fica difícil não se sentir constrangido aquele que prefere ir contra o apelo dos noivos. Corre-se o risco de ser o centro das atenções de forma negativa ou motivo de chacota (e não sair em nenhuma foto).
 
Uma amiga teve o convite para ser madrinha de um casamento desfeito ao revelar para a noiva que não estava em condições de fazer um vestido em tons de verde à altura do evento. Ela e o marido estão gastando as últimas economias para deixar a nova casa que começaram a construir minimamente pronta para recebê-los junto com os três filhos e não estavam dispostos a sacrificar as economias aplicando em roupa social nova para os cinco.
 
A que ponto chegamos? Elevamos nossos convidados a peças de nossa decoração, ao invés de deixá-los onde de fato merecem, dentro do coração, de nossas histórias e trajetórias juntos. Não vamos nos esquecer que ainda hoje há quem convide padrinhos e madrinhas pensando no potencial que eles têm para presentear, mas que ganhos se têm colocando-os como adornos da festa?
 
Não tive padrinhos e madrinhas de casamentos. Meus pais foram testemunhas no civil porque fizeram questão de ir. No religioso, todos os presentes, nossos pais e irmãos e cônjuges assinaram o documento. Na cerimônia, havia 16 pessoas, além do padre. Afinal, foram todos elas testemunhas.

Festas liberadas, me chegou um novo convite, agora um casamento na praia. Com base no relacionamento bem próximo que tenho com a noiva, desejei presenteá-la com algo que eu mesma poderia fazer. A ideia inicial seria uma echarpe para ela presentear as madrinhas ou melhores amigas. Foi com alegria que ouvi dela a mesma resposta que eu daria há 32 anos se alguém me perguntasse quantas madrinhas eu teria. Nenhuma. Afinal, todas as pessoas que estarão lá são especiais para eles. Todos valem a sua presença.

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