Depois de refletir, analisar, checar as informações, conversar muito com quem estava por lá, fazer consultas, decidimos ir. Eu e uma amiga, psicóloga em Brasília, passaríamos a noite no aeroporto de Addis Ababa, se fosse preciso. Concluí que quando se decide por este tipo de ação humanitária é preciso vencer o medo e arriscar. Não significa colocar nossas vidas em risco, mas não desistir a todo sinal de fumaça.
Neste momento estou em solo brasileiro dando graças a Deus por não ter desistido de ir, pois valeu muito a pena. Valeu cada emoção que passei, uma verdadeira montanha russa. A todo momento um golpe, seguido de outro golpe, não importando a direção que tomássemos. A miséria humana, tanto material como moral, se torna mais clara e visível quando nos dispomos a abrir os olhos para tal. E lutar contra ela dentro e fora de nós mesmos só se efetiva quando nos dispomos a agir e não apenas a julgar e lamentar.