Jornal Estado de Minas

Comportamento

Me perdoe!

Conteúdo para Assinantes

Continue lendo o conteúdo para assinantes do Estado de Minas Digital no seu computador e smartphone.

Estado de Minas Digital

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Experimente 15 dias grátis


Acompanhei dois processos de perdão que são verdadeiros ensinamentos por demonstrarem muita sabedoria. O primeiro caso diz respeito à duas irmãs viúvas que com o passar do tempo e as circunstâncias ficaram mais unidas.





A diferença de idade entre elas é de cerca de 20 anos e não serem da mesma geração não as impede de hoje se identificarem muito uma com a outra. O fato de estarem com as famílias criadas e independentes deu a elas a oportunidade de se aproximarem e formar uma dupla inseparável. Pelo ao menos era assim que elas gostavam de se definir.

Uma delas é conhecida por ter temperamento difícil, por se sentir ofendida por qualquer coisa e ser extremamente vingativa. A outra, dizem os amigos, é bem mais fácil de lidar, porém não é santa, como qualquer um de nós.

Certo dia, uma conversa atravessada iniciada por outros membros da família fez com que uma acusasse a outra de ter espalhado inverdades a seu respeito. Foi o suficiente para começarem as ofensas e parece que toda a paz e a harmonia conquistadas paulatinamente se perderam em minutos.





Acompanhando a história e conhecendo-as há décadas não é difícil imaginar qual seria a versão mais próxima da realidade. O que surpreendeu a todos foi a atitude tomada por aquela a quem todos deram razão. Para não envenenar mais ainda a relação entre as duas, a que foi ofendida e desprezada pediu perdão pelo que causou.

A segunda história se deu entre um tio e um sobrinho. O tio, talvez por ser mais velho e como tal se ver como autoridade decorrente da ancestralidade, acreditava que tinha os melhores conselhos a dar e a serem seguidos. Insistidas vezes colocou o sobrinho no centro de situações constrangedoras até que recebeu um basta. Se sentido desrespeitado colocou o dedo no nariz do sobrinho e esbravejou meia dúzias de xingamentos. Afinal afirmava querer apenas o bem do sobrinho, apesar de desconhecer o que de fato isso pode significar.

Como na história das duas irmãs, o sobrinho reconhecidamente vítima do desrespeito do tio foi quem fez o movimento de retomada da relação de amizade através do pedido de perdão. Não que eles se sintam culpados, mas os que buscam a paz acima de tudo sabem que alguém tem que ceder e reconhecem a grandeza que este ato implica.