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Diversas séries, filmes e desenhos animados, principalmente os exibidos em streaming, colocam negros, mulheres e homossexuais em posições que dificilmente ocupariam na vida real. Alguns enredos são históricos quando era ainda mais impossível vê-los em destaque. 




 
Alguém me chamou a atenção para esse fato defendendo que está havendo uma adulteração da verdade através dessas tramas. Como resposta, apenas perguntei a essa pessoa se ela acreditava que Jesus Cristo havia sido um homem de beleza ímpar, olhos claros, padrões europeus, corpo esculpido e pele macia. Desde que o mundo é mundo, assim ele é representado. 
 
Perguntei também se ela acreditava que reis e rainhas se pareciam com os atores hollywoodianos e os de outros centros produtores de filmes tão em alta atualmente. Se peixinhos conversam com baleias, se ratos são figuras tão simpáticas e atraentes quanto parecem ser nas telas. 
 
As próprias encenações podemos dizer não condizem com a realidade dos fatos, naturalmente nada românticos e possivelmente maçantes e enfadonhos, como é o cotidiano de toda vida. O que as torna atraentes para os olhos é o conjunto da obra de cada uma de nossas vidas. Por isso, filmes são curtos, séries e novelas têm início, meio e fim, sendo que o que se dá após o “the end" ainda nos deixa muita brecha para a imaginar o a seguir. 




 
Por que então nos preocupar se características físicas de atores e atrizes são ou não coerentes com o que se via na época em que se passam as histórias? Certa vez, um homossexual comentou comigo que nunca se via representado nas histórias. Era como se alguém como ele não existisse e muito menos ocupasse posições de destaque, a não ser quando o objetivo era fazer caricaturas depreciativas. O mesmo podemos dizer de qualquer minoria. 
 
Ao se verem representadas em posições admiráveis, a ter atitudes inspiradoras, o que é possível a qualquer, um independentemente de sexo, gênero, classe social, cor, religião, nacionalidade, altura, peso etc., crianças e jovens crescem com referências positivas. Tudo isso lhes mostra que é possível perseguir um sonho, buscar uma rea- lização. 
 
Essa tem sido uma grande contribuição da indústria cinematográfica à redução do preconceito e do racismo, apesar de ainda sermos bombardeados com muitos enredos de valores duvidosos e ultrapassados. Mas alguns passos já estão sendo dados. Trabalho lento e hercúleo, mas promissor.