O Partido Comunista Chinês extrai toda sua legitimidade da competência com que negocia e conduz o enriquecimento dos chineses. Organizar eventos como as olimpíadas serve para demonstração interna de competência e ajuda a colocar um monte de projetos para rodar. Tem pressa e faz isso com mil e uma frentes de trabalho, porque, afinal, precisa melhorar as condições de 1,4 bilhão de pessoas.
A diferença é que eles passaram correndo pela gente em 2018 e seguem em disparada, com um modelo de desenvolvimento que tem coerência interna e posição bem ajustada no mundo. As polêmicas com os EUA até oferecem sustentação para o argumento de Xi Jinping de que o partido precisa fechar com ele para um terceiro mandato.
A ausência de líderes europeus e norte-americanos em Pequim é um boicote tolo e errado, pois não muda o cálculo chinês e ainda reforça o diagnóstico sobre os benefícios de uma parceria preferencial com Moscou. A diplomacia segue falhando no mundo.
Em 2016 abandonaram a política do filho único autorizando dois filhos e já em 2021 passaram para três. Agora, o governo decidiu regular até o dever de casa, limitando o tempo que a criança passa estudando fora da escola. Sendo assim, a promoção dos Jogos Olímpicos de Inverno entrou na estratégia de se usar mais esportes também para lazer. E, claro, para girar a economia e mostrar a competência da autoridade central.