A Justiça tem vários aspectos e seguramente o mais importante é o princípio da liberdade para todos. Mas para os jovens o princípio da igual participação nas oportunidades da vida é também essencial. Qualquer governo bem organizado para administrar a democracia deve ser capaz de atender aos princípios da participação. E sem olhar para os jovens a democracia é uma bagunça sem futuro.
Os talentos que a natureza distribui para todos sofrem interferência da vida social e econômica. São influenciados pelo local de nascimento, a forma política de conduzir a sociedade e as fatalidades que podem atingir a todos. A natural angústia e isolamento dos jovens não é por motivos estéticos. É real a distância, e o jovem percebe, entre o que ele espera da vida e o que de fato acontece. Equívocos, incompreensões inaceitáveis, falta de paciência, dificuldades econômicas, barreiras culturais, estão fazendo o caos em muitas famílias, sem remodelar ou reestruturar velhos conceitos e vontades.
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A sociedade e as crisesO mundo realmente não está legal, mas não está perdidoO futuro da educação não é bomOs EUA reativaram programas que deram diversas ocupações aos jovens durante crises econômicas passadas. Decidiram expandir as oportunidades de serviço para populações vulneráveis. O importante é que jovens estejam estudando, treinando e trabalhando.
O mundo tem hoje quase 2 bilhões de jovens entre 15 e 29 anos, sendo mais de 50 milhões no Brasil. Em todos os países é sobre quem recai a maior taxa de desemprego. Acrescida da baixa esperança para o jovem que estuda. Se as ações governamentais fossem capazes de combinar programas de estudo e trabalho, o desemprego e a evasão escolar seriam combatidos ao mesmo tempo. Unindo o desejo de inovar das empresas à responsabilidade pública do Estado, por meio de programas de estágio e aprendizagem.
Programas governamentais de emprego sem estudo são gasolina na evasão escolar. E estudar sem objetivo prático ou fazer um curso técnico para substituir o estudo só aumenta a frustração e a desigualdade. Estudo sem trabalho é uma ilusão no horizonte do jovem. Porque saber e fazer devem andar juntos. Diploma e carteira de trabalho, orgulho e realização do jovem e sua família.
O Estado não deve fazer o papel de agente econômico, mas precisa dar a direção em áreas importantes como agregador dos diversos e conflitantes interesses sociais. Em momentos de crise como agora é essencial apontar a direção e o rumo a ser seguido.
Por várias razões, estamos vivendo ao mesmo tempo o colapso das estruturas tradicionais da economia e o surgimento de novas oportunidades de trabalho e renda. Nos próximos 20 anos surgirão mais de 70 profissões novas pelo mundo. Enquanto deixarão de existir mais de 1 mil especialidades que já se tornaram ou se tornarão obsoletas.
Se queremos viver com menos nostalgia e mais esperança, é preciso entusiasmar o jovem para o futuro. Criando condições para sua integração à vida familiar e comunitária, através de sua inserção ao mercado de trabalho como estudante. Uma das possibilidades virtuosas de melhoria do ambiente social é uma questão de sobrevivência da economia. E o tripé jovem feliz-escola sensível-empresa com responsabilidade social é o horizonte do futuro.
O jovem em conflito com a lei precisa de programas de ressocialização, através do estudo e do trabalho, para a redução da violência e da reincidência criminal. Pessoas, empresas ou instituições que acolhem e dão oportunidade a um jovem desses, os sensibilizando para uma nova trajetória de vida, deveriam receber o Nobel da Paz.
O jovem estimulado é uma pessoa singular, daquelas que quando entram pela porta ampliam o horizonte do lugar. Faz melhor quem se alegra nas coisas que faz. Escutar seus sonhos, dar honra à sua imaginação, oferecer oportunidades, é o mínimo do que precisam para se livrar da angústia com o futuro. Aliás, se salva menos quem não se preocupa que todos se salvem.