O dia 15 de outubro contém certo simbolismo: é a data em que, por estimativa, devemos atingir uma disponibilidade restante de água em torno de 10% da capacidade somada dos reservatórios da região.
O país foi arrastado a uma situação-limite por decisão consciente de quem não queria encarar, com a devida antecedência, os procedimentos e protocolos de ajuste preventivo da demanda nacional por energia.
Porém, há elementos que agravam o quadro dia após dia, sendo o principal deles o próprio consumo diário, em franca aceleração, por efeito de altas temperaturas fora de época, frente às cargas disponibilizadas.
A conta de energia, salgada e envenenada de impostos e taxas invisíveis, embandeirada de vermelho encarnado, vai consumir mais um naco do poder de compra do trabalhador. Parte substancial do prometido “auxílio-família” de 2022 está carimbado para ser gasto com aumentos da conta de luz, do gás e do combustível. Noves fora, a renda disponível do brasileiro só crescerá nos polos mais dinâmicos da economia.
Nada é capaz de compensar o estrago de um governo improvisador e com gestão inoperante. Nenhuma outra qualidade de governante consegue repor a incompetência de líderes com flagrante inexperiência no trato dos desafios públicos
A conta amarga deste 15 de outubro está chegando para nós. Ficará mais leve, no entanto, se usarmos o troco deste episódio para não errarmos de novo em 3 de outubro... de 2022.