Bolsonarista de carteirinha e bem avaliado, o governador Romeu Zema melhora o desempenho de Jair Bolsonaro no estado em relação ao resto do país.
É o que sugerem as entrelinhas da margem menor entre os dois na rodada de pesquisas da Opus em parceria com o Estado de Minas, divulgadas nesta semana.
Ele tem indicação de 44% a 22% na disputa com o prefeito da capital Alexandre Kalil, o inverso do que Bolsonaro vem obtendo na média das pesquisas nacionais em relação a Lula.
O escore médio nacional que vai de 42% a 45% para Lula contra 20% a 23% de Bolsonaro, cai em Minas para 34% a 25%, quase um empate técnico considerando a margem de erro de 3%.
Pode ser para mais em favor de Lula, mas não é a lógica diante do empuxo de Zema. Na capital e região metropolitana, onde o melhor desempenho é de Kalil, Lula se sai na média que tem nas pesquisas nacionais.
Espelho bem consistente das sondagens nacionais, a mineira repete as tendências de preferência por faixa de renda e escolaridade. Zema, como Bolsonaro, vai melhor nas classes mais ricas e letradas. Lula entre os mais pobres e menos escolarizados.
Assim como reprisa os maus índices de rejeição de Bolsonaro, ainda que menos piores em Minas (57% contra a média nacional de 65%), reflexo da boa vontade do eleitorado com seu governador bolsonarista, que tem 72% de aprovação.
Menos piores, mas com um dado novo preocupante. Outra pesquisa divulgada nesta semana, da Quaest para o banco Genial, agregou o problema da economia na conta dessa rejeição.
Num dado surpreendente, pandemia e corrupção deixaram de ser as preocupações principais dos brasileiros, diante do desemprego, da inflação horrorosa de alimentos e do fim do auxílio emergencial.
Na série de pesquisas realizadas pela empresa desde março, houve uma reversão completa entre as avaliações de corrupção e economia. A ponto de a preocupação com a própria situação econômica chegar a bater 44% contra 10% com a corrupção, quase cinco vezes a mais
(Os senadores da CPI da Pandemia não devem ter gostado dos resultados, na semana em que dão os retoques finais no relatório final que pretende indiciar o presidente em vários crimes. Não devem fazer o menor sucesso, diante do aumento dos preços nas prateleiras.)
Não é possível, embora tentador, especular em que ponto governador e presidente vão se ajudar, atrapalhar ou descolar. Se Zema arrasta ou é arrastado pelos altos índices de rejeição do seu mito.
Vale também para Kalil, que vai crescer estado afora assim que for conhecido em campanha e puxado pelos índices do lulismo, com o qual tem afinidades. Da mesma forma que não se sabe se os altos índices de rejeição de Lula vão ajudá-lo ou atrapalhá-lo.
Mas é possível estimar que podem se descolar de seus padrinhos nacionais por tradição e conveniência.
Vão se beneficiar do fato de que, assim como o eleitor escolhe o presidente da República levando em consideração casa, emprego e comida, tende a votar nos candidatos locais para o que lhes compete: governador, fazer estradas; prefeito, varrer ruas.
E da velha traição em campanha. Como fez Zema à última hora nas eleições de 2018, quando rifou o presidente sem chances de seu partido, João Amoêdo, e defendeu Bolsonaro.
Como fazem todos os políticos que, como se diz, vão até o cemitério com o aliado rejeitado, mas não entram na cova com ele.
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É o que sugerem as entrelinhas da margem menor entre os dois na rodada de pesquisas da Opus em parceria com o Estado de Minas, divulgadas nesta semana.
Ele tem indicação de 44% a 22% na disputa com o prefeito da capital Alexandre Kalil, o inverso do que Bolsonaro vem obtendo na média das pesquisas nacionais em relação a Lula.
O escore médio nacional que vai de 42% a 45% para Lula contra 20% a 23% de Bolsonaro, cai em Minas para 34% a 25%, quase um empate técnico considerando a margem de erro de 3%.
Pode ser para mais em favor de Lula, mas não é a lógica diante do empuxo de Zema. Na capital e região metropolitana, onde o melhor desempenho é de Kalil, Lula se sai na média que tem nas pesquisas nacionais.
Espelho bem consistente das sondagens nacionais, a mineira repete as tendências de preferência por faixa de renda e escolaridade. Zema, como Bolsonaro, vai melhor nas classes mais ricas e letradas. Lula entre os mais pobres e menos escolarizados.
Assim como reprisa os maus índices de rejeição de Bolsonaro, ainda que menos piores em Minas (57% contra a média nacional de 65%), reflexo da boa vontade do eleitorado com seu governador bolsonarista, que tem 72% de aprovação.
Menos piores, mas com um dado novo preocupante. Outra pesquisa divulgada nesta semana, da Quaest para o banco Genial, agregou o problema da economia na conta dessa rejeição.
Num dado surpreendente, pandemia e corrupção deixaram de ser as preocupações principais dos brasileiros, diante do desemprego, da inflação horrorosa de alimentos e do fim do auxílio emergencial.
Na série de pesquisas realizadas pela empresa desde março, houve uma reversão completa entre as avaliações de corrupção e economia. A ponto de a preocupação com a própria situação econômica chegar a bater 44% contra 10% com a corrupção, quase cinco vezes a mais
(Os senadores da CPI da Pandemia não devem ter gostado dos resultados, na semana em que dão os retoques finais no relatório final que pretende indiciar o presidente em vários crimes. Não devem fazer o menor sucesso, diante do aumento dos preços nas prateleiras.)
Não é possível, embora tentador, especular em que ponto governador e presidente vão se ajudar, atrapalhar ou descolar. Se Zema arrasta ou é arrastado pelos altos índices de rejeição do seu mito.
Vale também para Kalil, que vai crescer estado afora assim que for conhecido em campanha e puxado pelos índices do lulismo, com o qual tem afinidades. Da mesma forma que não se sabe se os altos índices de rejeição de Lula vão ajudá-lo ou atrapalhá-lo.
Mas é possível estimar que podem se descolar de seus padrinhos nacionais por tradição e conveniência.
Vão se beneficiar do fato de que, assim como o eleitor escolhe o presidente da República levando em consideração casa, emprego e comida, tende a votar nos candidatos locais para o que lhes compete: governador, fazer estradas; prefeito, varrer ruas.
E da velha traição em campanha. Como fez Zema à última hora nas eleições de 2018, quando rifou o presidente sem chances de seu partido, João Amoêdo, e defendeu Bolsonaro.
Como fazem todos os políticos que, como se diz, vão até o cemitério com o aliado rejeitado, mas não entram na cova com ele.
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