Tais investimentos caíram nada menos do que nove vezes, quando medidos em % do PIB, dos anos 80 para cá, saindo de algo ao redor de 5,1% para 0,6%. A correlação entre investir em infraestrutura, de um lado, e fazer o PIB crescer e melhorar a distribuição de renda, do outro, é altíssima, como se pode ver nos gráficos relacionados com o tema, que colocarei no sítio do fórum que dirijo, da internet (buscar em “fórum nacional – INAE”, no YouTube, no último evento realizado).
Segundo, porque estou convicto de que a execução dessa importante tarefa se confunde com a da fixação da tão ansiada âncora fiscal que deverá substituir o falecido teto de gastos, algo que virou um compromisso assumido pelo novo governo diante da onda de pessimismo que se estabelecera no seio dos mercados financeiros, em relação à sua real capacidade de administrar bem suas próprias finanças. Lula deveria aproveitar a reunião sobre o terrorismo de domingo com os governadores para tratar disso com eles, tendo o ministro Dias a tiracolo.
Aliás, o peso do valor consolidado apenas desses dois itens pulou de 28,3% para 68,2% do total, implicando crescimento de cerca de 170% na sua participação conjunta no total, em 1987-2021, enquanto os demais itens, que podemos chamar de residuais, caíam de 71,7% para 31,8% do total.
E como assistência social é a óbvia prioridade do novo governo, algo que acabará levando a um aumento do peso desse item em breve, o foco do esforço de contenção das despesas deve se dirigir exatamente para o item previdência, já que os demais atingem níveis atipicamente baixos, cabendo ainda destacar que, em contraste, o peso do item investimento no total gasto pela União se reduziu de 16%para 2,2%, entre 1987 e 2021, algo dificilmente sustentável ainda que apenas por algum tempo, sob pena de a taxa de crescimento do PIB potencial desabar fortemente.
Em ordem crescente, a taxa análoga relativa ao regime previdenciário próprio dos servidores da União foi de 3,1% a.a. nesse mesmo período; de 5,1% em 2006-20 para o RGPS ou regime do INSS; de 5,9% a.a. em 2006-18 para os regimes próprios estaduais; e 12,5% a.a. em 2011-18 para o agregado dos regimes próprios municipais, algo chocante.