Jornal Estado de Minas

EM DIA COM A PSICANÁLISE

Jesus foi um homem à frente de seu tempo, o primeiro feminista do mundo

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Há 2021 anos comemoramos Natal e o ano-novo e repetimos os rituais com a família, amigos queridos e a vida segue mais um ano com alegrias e obstáculos que sempre fazem parte de nossas vidas. Felizmente, vamos resolvendo a cada dia seu problema e ainda estamos aqui vivos, isto é um saldo positivo considerando dois anos de pandemia, agora felizmente mais branda.





Comemoramos o Natal, não podemos nos esquecer o significado desta festa, que é festejar o aniversário de Jesus. Esta data para muitos é apenas mais um Natal para comer, beber e trocar presentes. Mas, de fato, trata-se do aniversário de um grande homem, que é tão significativo no mundo que mudou o calendário reinaugurando um novo tempo. O calendário zerou, recomeçando a contagem a partir da história de seu nascimento.

Muitos o consideram filho de Deus e parte da trindade sagrada, com o Pai e o Espírito Santo e têm fé Nele como o Salvador, mas, mesmo aqueles que não têm nenhuma fé, os agnósticos e ateus, devem reconhecer o valor de Jesus em seu tempo e até hoje atravessando séculos, marcando nosso tempo com o que agregou ao mundo.

Por exemplo, foi um homem à frente de seu tempo, derrubando preconceitos do Antigo Testamento e reinaugurando uma nova era. Tais como o importante não é o que entra pela boca, mas o que se sai, o que se fala. Propondo perdão aos que erram. Bem-aventurando os mansos de coração, os humildes, os pobres. Um homem que nunca se dobrou aos poderosos e corruptos, escolhendo a solidariedade da divisão do pão e dos peixes.





Além disso, sua caminhada pelo mundo deu início à ideia de globalização quando escolheu apóstolos e discípulos para espalhar as boas novas indo até as pessoas para acolher e cuidar espalhando no mundo o cristianismo e a mesma fé.

Mas a parte que eu mais gosto é, sinceramente, a de Maria Madalena. Jesus foi o primeiro feminista do mundo! Ele a salvou do apedrejamento quando os homens a condenaram por mau comportamento e a julgaram merecedora de morte cruel e degradante com este ritual.

Assim, depois de salvá-la, ele lhe disse: “Vá e não repita seus erros” e ganhou uma nova adepta que aderiu ao seu grupo e nunca mais o deixou. Era também amigo de duas irmãs Marta e Maria, a quem visitava frequentemente e elas também o adoravam. Uma ia pra cozinha e outra lavava seus pés cansados da caminhada. A da cozinha reclamou da irmã que, em vez de ajudar, ficava babando com Jesus na sala e ele respondeu: “Deixa ela aqui mesmo!”

Só o fato de defender as mulheres e respeitá-las, Ele já ganhou grande simpatia, pois até hoje lutamos para diminuir o sofrimento, a exploração e desvalorização das mulheres sem conseguir tanta evolução fora da área dos direitos civis. O desrespeito ainda granjeia entre nós e somos tratadas, várias vezes, com olhares críticos só por estarmos livres leves e soltas. E também independentes!

Isso não agrada a muitos homens inseguros que pretendem manter a lógica fálica de dominação do mundo pelo poder masculino e misógino para não perder as rédeas. Mas eu acredito que as mulheres salvarão o mundo com o feminino, pois este admite faltas, é tolerante e pode fazer laços afetivos mais leais.





O feminino é criativo, amoroso e acolhedor. Ele quebra com a lógica do poder, do domínio, da dureza rude que tanto provoca lutas e desgastes no mundo. O feminino não admite o prende e arrebenta. Não espalha guerra e colhe tempestade. Não destrói as matas, as florestas, os animais. Não derrama rejeitos minerais na natureza. Não acumula para si.

Ao contrário, o feminino gesta, pari, cria, adota, amamenta, ensina a andar e empurra para frente deixando crescer e voar sua cria, entregando ao mundo sua produção vital. O feminino tem curvas, delicadeza, leveza, borda, tece, tinge, banha em águas perfumadas o corpo dos que ama e o próprio cultivando o abraço, hoje escasso, mas ainda renascerá no pós-COVID mais gostoso ainda.

Este feminino é mais do que uma mulher. Ele também pode habitar os homens sem os homossexualizar, tornando-os sensíveis e amorosos e somando em administrar as pulsões agressivas que tantas vezes chegam à violência de crimes passionais. Há mulheres que são pouco femininas e criam os machistas, porque também são machistas; um grande problema!

Não queremos mais do mesmo. Desejamos que o amor de Jesus por Madalena, seu respeito pelo sujeito que ela era apesar de mulher, atinja mais corações de homens e mulheres e que esta lembrança de Jesus seja uma das mais importantes para salvar o mundo.

Que nós nos salvemos da pequenez do preconceito, dos arroubos da possessão, da inveja e dos ciúmes. Que sejamos amigos amorosos e respeitemos uns aos outros e as nossas diferenças e ainda assim repartamos o pão e o vinho espalhando amor. E viva Jesus! Que o próximo ano seja feminino!!!




audima