Tenho escutado frequentemente comentários e perguntas sobre como as pessoas estão descontroladas e o mundo está maluco, cheio de doidos, fanáticos e radicais.
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Ninguém manda no coração. Nossa ética é a de ser fiel ao inconscienteAssassinato de crianças e ameaças à escola: somos uma sociedade adoecidaEsta coluna é para os sofredores de plantão. Acordem do seu sofrimento!Falência da educação produz essa multidão de gente 'sem filtro'Livro traz questões relevantes para compreender os adolescentesMãe também é um sujeito que tem outros desejosNão temos possibilidade de conforto pleno. As 'plenas' que me desculpem...Sinceramente, não sei se é verdadeira esta suposição. Acredito que hoje as pessoas se expressam com menos medo, falam o que querem até mesmo sem compromisso com a verdade, e a internet ajuda a dar eco a vozes nem sempre fidedignas. Qualquer idiota pode publicar o que quiser e se a coisa pega, viraliza, cria-se um mito oco, feito de ecos.
De fato, hoje devemos peneirar as informações que vêm da internet. Isso não quer dizer que não possamos pensar sobre o que seriam estas manifestações de internautas radicais disseminando terrorismo e mentiras, sobre tudo.
Ainda há a maioria capaz de discernir entre o bem e o mal, e também permanecer sob a égide da lei, se comportando de modo apropriado para quem vive na civilização e foi educado. Ser educado é o que mais precisamos.
Concordo que manifestações de excessos, crimes e violências, incluindo boatos e fake news, são aterrorizantes. As fake news considero criminosas e cruéis por disseminarem instabilidade e medo nas escolas e nas crianças, covardia ímpar e vergonhosa. É fato que toda esta gama de barbaridades está surgindo a cada instante, sem nos dar respiro.
Barbaridade é um termo forte, poderão alguns argumentar, mas a barbárie é composta de atos antissociais, contrariando todo o esforço da civilização por um mundo melhor para todos. E sem leis que regulem nossa cultura, chegamos ao caos. Assim, quem está na contramão do esforço comum pode ser chamado bárbaro. Vejamos a definição no dicionário: cruel, desumano, feroz; para os gregos e romanos quem pertencesse a outra etnia, falasse outra língua e fosse estrangeiro.
Agora vamos à raiz do desatino e dos excessos atuais, coisa que se vê até mesmo nas escolas por certas posturas dos próprios pais que são absolutamente deseducativas.
Se a escola existe para educar, atualmente tem de educar não só os filhos, mas também os pais que têm comportamentos desviantes e ilegais na comunidade. Aqui, a lógica do mercado não deve prevalecer em relação a valores morais e éticos, aos ideais da cultura.
Alguns pais, e não são poucos, mimam seus filhos e os supervalorizam a ponto de crer que para eles as regras comuns não devem ser aplicadas. Eles são diferentes.
A escola não é uma empresa, pelo menos não deveria ser, não pode agir como qualquer comerciante que diz “o cliente sempre tem razão”. A menos que esteja de fato interessada em se fazer mercadoria a ser comprada.
Escolas que assim trabalham não estão focadas na educação. As escolas precisam sobreviver nos tempos do capitalismo, claro, mas sem perder o foco. Escola que ensina deve esclarecer os pais, sem atender a caprichos e supervalorização das crianças. Levá-los a compreender os perigos dos excessos, mesmo os de amor.
Acredito que a escola deve defender a criança até mesmo de seus pais, apontando para eles que a maneira ideal de lidar com a criança é frustrando-as, dando a elas a noção de limites aos quais todos nós, incluindo seus pais, devemos nos se submeter.