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Parabéns à Universidade Federal de Minas Gerais

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Vida longa à UFMG! Assim a professora, doutora em letras e reitora, em seu segundo mandato, Sandra Regina Goulart Almeida finaliza o artigo, que mais poderíamos chamar de carta de amor, comemorando os 96 anos da Universidade Federal de Minas Gerais.



Comemorar datas importantes, voltar ao curso do tempo, construir memórias históricas e afetivas é muito importante. Resgatar fatos históricos pode nos trazer momentos que vão desde a vergonha, a indignação, até o orgulho e satisfação que nos permitem celebrar. Por isso creio ser relevante tanto retificar erros quanto comemorar aquilo que é saldo positivo na luta por uma vida digna de ser vivida.

Este aniversário merece parabéns em letras garrafais e bem cantado: a Universidade Federal de Minas Gerais é considerada uma das melhores do Brasil.

Ao percorrer as linhas histórico-afetivas escritas com grande assertividade e lucidez pela reitora, relembramos e aprendemos sobre os momentos marcantes vividos naquela instituição, desde sua fundação, em 7 de setembro de 1927. Data simbólica para dois projetos e ensejos: um Brasil livre e soberano, uma universidade autônoma e democrática.

Ela nos inicia na viagem no tempo com um passeio pelo câmpus, onde, mal percebido pelos olhares apressados, está o monumento formado por quatro troncos no gramado próximo à reitoria, simbolizando as vidas perdidas dos estudantes pela ditadura militar.



Acredito que muitos ignoram ou se esqueceram das mortes de Gildo Macedo Lacerda, Idalísio Soares Aranha Filho, José Carlos Novaes Mata Machado e Walkíria Afonso Costa, eliminados por defender ideais democráticos para o futuro do país, como tantos outros, representantes de uma universidade que nunca se curvou ou foi cúmplice de tiranias.

Sandra retoma momentos pontuais, como a deposição do reitor Aluísio Pimenta por defender a instituição contra intervenções, e como tantos docentes foram aposentados pelo AI-5 em 1968. Outro momento significativo aconteceu em 1977, quando o movimento estudantil se reorganizava para refundar a União Nacional de Estudantes(UNE), em 3 de junho, no DA da Medicina, em vigília de 24 horas, sob cerco da polícia. Terminou com 400 alunos conduzidos para a delegacia. Saída negociada pelo então reitor Eduardo Osório Cisalpino.

Com a redemocratização, por iniciativa do reitor Cid Veloso, 13 representantes de universidades de Minas Gerais redigiram, no Centro de Acompanhamento Constituinte, a “Carta de Minas”, na ocasião da Assembleia Nacional Constituinte, que se tornou parte da Constituição Cidadã de 1988.



Com este pequeno histórico que muitos de nós desconhecíamos, fica claro o papel da universidade, que vai além da formação, instrução e inclusão, preparando sujeitos políticos e cidadãos que não se acomodam na alienação, mas fazem parte da vida política brasileira.

Não podemos esquecer jamais a contribuição da UFMG, na ocasião do surgimento da COVID-19 e durante todo o confinamento e de tantas perdas que tivemos. Foi muito bem representada por seus dedicados cientistas, que trabalharam incansavelmente na busca de saídas para enfrentar a epidemia, no desenvolvimento da vacina e prestando esclarecimentos à nossa comunidade, quase diariamente, num esforço que reconhecemos e pelo qual somos gratos.

Com isso, deixamos aqui nosso abraço e votos de que a UFMG seja cada vez mais forte em seus esforços em prol da cultura, da educação, única via possível para uma sociedade mais justa, com oportunidade para todos aqueles que pretendem um Brasil melhor. Parabéns também à magnífica reitora, doutora Sandra Regina Goulart de Almeida, pela competência amplamente reconhecida.