A vida passa rápido e nos é impossível enxergar a história como ela é. Os fatos de hoje só serão compreendidos corretamente daqui a cinquenta ou cem anos. Hoje entendemos perfeitamente o que foram a Revolução Industrial, a Crise de 1929 ou a Segunda Guerra Mundial.
O Irã e outras ditaduras, terroristas ou não, continuarão existindo ainda por décadas. Talvez séculos. Mas dúvido que por milênios. O futuro não será generoso com estas nações, onde grupos armados poderosos oprimem milhões de pessoas em nome de ideologia, religião ou satisfação financeira pessoal.
Ditadores e terroristas precisam de dinheiro. Muito dinheiro. Só assim adquirem as armas e o poder - muitas vezes através da corrupção, como no caso da Rússia - que sustentam seus regimes tirânicos. Contudo, num mundo cada vez mais intrincado e cooperativo, financiar ditaduras e terrorismo tem sido cada vez mais difícil.
Para piorar a situação dos facínoras (e melhorar a nossa), commodities como o petróleo e o carvão estão com os dias contados. Ou melhor, com os anos contados. Energias alternativas surgem e são desenvolvidas em velocidades estonteantes. Em breve, dentro do contexto histórico, estaremos tão distantes dos combustíveis fósseis quanto estamos, hoje, do fogo como gerador de calor.
Com isso, restará insustentável a manutenção de regimes como os iraniano e russo. A própria China já percebeu isso e vem caminhando, ainda que a trancos e barrancos, no sentido de mais liberdade e menos opressão; mais distribuição de renda e menos miséria. E o país não depende de commodities, sejam agrícolas ou minerais, para viver.
Também não é à toa que as ditaduras árabes têm incorporado cada vez mais os valores do ocidente e diminuído a pobreza entre seus ‘súditos’. Além disso, buscam introduzir em suas economias outros indutores de desenvolvimento, como indústria, turismo e serviços, a fim de diminuírem a dependência do petróleo.
Tomemos o exemplo de Israel, a única democracia do Oriente Médio. Um país aberto, plural e vibrante. Cercado de inimigos, carente de recursos naturais e atingido por todo tipo de antipatia ao redor do mundo, escolheu o caminho da liberdade e do desenvolvimento econômico, amparado por educação e princípios liberais. Hoje, encontra-se na vanguarda mundial. Um sonho distante para seus vizinhos.
Tendemos a pensar que tudo está ruim e que a vida humana encontra-se, outra vez, à beira do abismo. Nada disso! Nada mais falso! É que os anos passam rápidos e a vida é curta. Mas a história é longa. O Irã não vai acabar com o mundo. Mas um dia, daqui a décadas, irá mudar. E para melhor.
Parafraseando Lulu Santos, “eu vejo a vida melhor no futuro; eu vejo isso por cima de um muro; de hipocrisia, que insiste em nos rodear. Eu vejo a vida mais clara e farta; repleta de toda satisfação; que se tem direito, do firmamento ao chão. Eu vejo um novo começo de era; de gente fina, elegante e sincera; com habilidade, pra dizer mais sim do que não”.
Há trinta anos Lulu espera por dias melhores. Eles virão! Mas repito: a vida é curta. Nem ele nem eu veremos. Que as gerações futuras desfrutem bem, pois vai ser muito legal.