A estupidez e babaquice nacionais atingiram o ápice nesta semana assombrosa para o Brasil. Enquanto um presidente, cada vez mais despido do pudor e liturgia que o cargo lhe impõe, distribuía gestos de banana e insinuações sexuais grotescas aos jornalistas, um cangaceiro travestido de senador, num surto de coronelato do século XIX, atirou uma retroescavadeira sobre uma multidão de policiais em greve e acabou baleado.
Quando o meliante Lula da Silva, duplamente condenado em segundo grau por corrupção e lavagem de dinheiro, iniciou, ainda em 2003, quando flagrado em seu primeiro crime como presidente (Mensalão), o arranca-rabo de classes no País, atirando pobres contra ricos, pretos contra brancos, nós contra eles (eles eram o nós e nós éramos o eles), gente como eu já alertava para o futuro que colheríamos nos anos vindouros; e aí está.
A eleição de Jair Bolsonaro e a consequente ideologização de extrema direita, que tomou conta do governo federal e de grande parte da sociedade, em resposta a dezesseis anos de ideologização de extrema esquerda, trouxe consigo um tensionamento do tecido social brasileiro como jamais visto antes, com reflexos claros na falta de limites de agentes públicos, autoridades e população em geral.
O ‘samba do crioulo doido’ que tomou conta do Brasil nesta semana, atingiu o ápice também com as declarações destrambelhadas de um militar, costumeiramente equilibrado (General Heleno), e de um tradicional político rasteiro, conhecido por suas posições sempre ‘nem lá nem cá, muito antes pelo contrário’ (Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados), em que acusou o outro de ser chantagista e recebeu como resposta a pecha de velho ideologizado.
Se alguém ainda duvida que o Caminhão Brasil perdeu os freios e segue ladeira abaixo rumo ao abismo do ódio e selvageria explícitos, é porque ou está completamente alienado da realidade ou simplesmente é mais um destes trogloditas, partícipes desta bestialidade toda que está em curso.
De minha parte, clamo por equilíbrio e o mínimo de civilidade, mas sei que são mercadorias raras nestes dias sombrios.