Jornal Estado de Minas

OPINIÃO SEM MEDO

Muito pior que o coronavírus é nossa classe política

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Se haverá um dia o fim do mundo, estamos conhecendo uma espécie de preliminar.

Uma decisão sem precedentes na história acaba de separar os Estados Unidos da Europa. O presidente americano, Donald Trump, anunciou a restrição, por 30 dias, de todos os vôos comerciais entre o continente europeu e os EUA, exceto Reino Unido, por conta da pandemia Covid-19 (o novo coronavírus).



As consequências sociais e financeiras serão astronômicas, e quem quer que diga o que irá acontecer nos próximos meses estará chutando mais que a Mãe Dinah.

Em meio a esse desmanche dramático, nossas autoridades continuam imersas nos jogos mesquinhos, rasteiros, típicos da classe política mais abjeta do planeta, sempre preocupadas consigo mesmas, salvo raríssimas e honrosas exceções.

De um lado, o presidente da República, encastelado no seu mundo da fantasia, cercado por incendiários obtusos, sempre prontos para as declarações mais inapropriadas e os conselhos mais toscos o possível. De outro, um bando de corruptos fisiológicos, de olho nas próximas eleições e/ou no próximo impeachment; o que vier primeiro.



Bolsonaro chama o povo para uma manifestação, no dia 15 de março, e dane-se o contágio. Em retaliação, o Congresso derruba um veto presidencial a um item da reforma da Previdência, espetando uma conta de 210 bilhões de reais, em dez anos, nas costas de um governo já quebrado. Recessão mundial à vista? Quem se importa?

Como pagar? Ora, repassando o espeto para o lombo dos otários aqui, os pagadores de impostos. Como não há previsão orçamentária, o jeito será aumentar os tributos. Enquanto isso, as “mordox” dos engravatados de Brasília permanecem a toda.

Mas o importante é que o Mengão sapecou outro adversário, diante de 60 mil torcedores, no Maraca. Coronavírus? Que “porra” é essa, cumpadi?